11 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 00:19

Operação desarticula esquema de corrupção em presídio envolvendo servidores públicos

Foi desencadeada na manhã desta quarta-feira (19) a Operação Livramento, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha composta por servidores públicos, advogados e presos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A Operação começou há cerca de seis meses atrás, logo após o térmico da Operação Esfacela.

Durante a Operação serão cumpridos 134 mandados, sendo 35 de prisões preventivas, 28 de prisões temporárias, 08 conduções coercitivas e 63 de busca e apreensão. Serão presos 05 advogados, 30 servidores e ex-servidores da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap). Serão conduzidos coercitivamente um advogado e outras sete pessoas.  Os demais presos são detentos e ex-detentos do complexo prisional. Os detentos que foram liberados indevidamente são considerados de altíssima periculosidade, como integrantes de quadrilha de assalto a banco.

A operação começou após a DRACO receber a informação de que presos estavam sendo liberados indevidamente. Foi descoberto que Servidores estavam envolvidos na liberação irregular dos presos, alguns através de falsificação de decisões judiciais e uso de atestados médicos falsos.  Os advogados intermediavam o pagamento e a troca de informações entre os servidores e os detentos.                       

Alguns presos conseguiam uma transferência dos servidores públicos para regimes do semi-aberto. No semi-aberto eles escreviam uma carta para conseguirem emprego externo, essas cartas que demoram em média de dois a três meses para serem aceitas, eram aceitas imediatamente a partir de uma pagamento feito pelos presos aos servidores. Com o emprego externo aceito, os presos saiam da prisão e não retornavam mais. Os servidores que deveriam informar imediatamente o fato, só informavam a fuga seis meses após o ocorrido.                       

Com o esquema criminoso todos os envolvidos lucravam, desde o agente que recebia inicialmente o preso na Central de Triagem e indicava ou ameaçava o detento a contratação dos advogados operadores do esquema, até o carcereiro que abonava as faltas dos presos em regime semiaberto em troca de favores sexuais com as esposas dos detentos. As liberações chegavam a custar R$ 150.000.

Além das prisões foi ainda determinado o afastamento das funções de todos os servidores e ainda a suspensão do exercício da advocacia dos causídicos.

O Secretário de Segurança Pública em exercício, Coronel Edson Araújo afirmou que a Secretaria de Segurança Pública está atenta e que nenhum desvio de conduta de servidor público será aceito. “Não haverá condescendência de desvio de conduta interna. As investigação estão sendo feitas a longo prazo. Vamos tirar os servidores que estão comprometendo o sistema para que a população possa ter segurança” disse o Coronel. Edson Araújo ainda informou que houve na manhã desta quarta-feira (19) uma reunião com os agentes do sistema penitenciário para que possam melhorar seu trabalho.                       

Os acusados vão responder por crimes como: organização criminosa, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos no sistema, falsificação de documento público e exploração de prestígio.

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