22 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:25

Operação das Forças Armadas tem dois suspeitos mortos e 24 presos no Rio

Dois supostos criminosos e um policial militar morreram neste sábado (5) na segunda fase da operação das tropas federais no Rio.

A ação mobilizou cerca de 5.000 profissionais das forças de segurança e teve o objetivo de combater o roubo de cargas e o tráfico de drogas na cidade. Com o reforço de militares do Exército e da Marinha, a operação contou também com 79 blindados e oito helicópteros.

Os dois supostos criminosos morreram pela manhã nas comunidades do complexo de favelas do Lins e no Morro São João, ambas na zona norte do Rio. O governo do Rio chegou a divulgar uma terceira morte, mas voltou atrás, computando apenas duas.

De tarde, o sargento André Luis Gomes Silva, do BAC (Batalhão de Ação com Cães), morreu na batida de um carro militar que transportava dois presos na ação.

Ele é o 94º policial morto em 2017 no Rio.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio, 24 pessoas foram presas -18 por mandado, cinco em flagrante e um foragido da Justiça recapturado- e dois adolescentes detidos. Foram apreendidas também três pistolas, duas granadas, quatro rádios, 21 carros e uma motocicleta e entorpecentes. Nenhum fuzil foi capturado.

“Os resultados são maiores que os números”, disse o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que foi ao Rio acompanhar a operação.

No total, os militares realizaram operações em seis comunidades nas zonas norte e oeste da cidade. Três delas contavam com UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora).

O projeto das UPPs colheu bons resultados nos primeiros anos, mas a partir de 2012 passou a sofrer com a falta de recursos para manutenção e ataques de criminosos.

“A operação mostra que o Estado vai onde quer. Não existe território marcado pelo crime organizado no Rio”, disse o secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos Alberto Santos Cruz.

Desde o dia 28, tropas federais atuam no Rio para tentar reduzir os índices de violência.

Neste sábado, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos completou um ano.

O plano do governo federal para a segurança pública no Rio deve consumir quase R$ 2 bilhões até o fim de 2018 -R$ 700 milhões serão empenhados até o final deste ano.

O número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009 (3.893).

Ação durou cerca de 15h 

A operação deste sábado começou de madrugada com militares do Exército e da Marinha ocupando o complexo de favelas do Lins, na zona norte do Rio.

Por volta das 3h30, os primeiros homens se infiltram pelas matas que dão acesso às comunidades. Em seguida, policiais entraram com carros blindados pela ruas.

No final da tarde, pouco depois das 17h, os militares deixaram as comunidades.

“O que buscamos são soluções duradouras. Isso não vem com uma simples asfixia numa comunidade”, disse o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen.

De acordo com o Comando Militar do Leste, 3.600 mil homens da Brigada de Infantaria Paraquedista e dos Fuzileiros Navais participaram da ação.

A estrada Grajaú-Jacarepaguá ficou fechada até o final da tarde para facilitar a movimentação das tropas.

O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, classificou a operação de “exitosa” e afirmou que “é bom para todos” que poucos confrontos tenham ocorrido.

“Isso é bom. Não estamos em busca de confronto. O nosso desejo é fazer prisões. Os confrontos acontecem porque os criminosos dão o primeiro tiro. Se ele evadir e não tiver confronto, é melhor para todos. A prisão vai acontecer em outro momento. Eles se intimidaram e não fizeram o confronto”, disse o secretário.

Neste domingo, as tropas federais deverão realizar novas operações em outros pontos da cidade. (Folhapress)

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