05 de dezembro de 2025
Gestão Municipal • atualizado em 28/11/2025 às 08:39

Operação da PF investiga fraude na manutenção de ambulâncias do Samu na gestão de Rogério Cruz

Operação aponta possível uso de oficinas clandestinas e notas fiscais falsas na manutenção das ambulâncias
Frota do SAMU teria permanecido parada enquanto registrava despesas de manutenção. Foto: Divulgação/PF.
Frota do SAMU teria permanecido parada enquanto registrava despesas de manutenção. Foto: Divulgação/PF.

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagraram, nesta sexta-feira (28), a Operação Check-up 192, que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos e irregularidades na manutenção das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Goiânia. A ação atinge diretamente a gestão municipal do prefeito Rogério Cruz, na época, responsável pelos contratos e pela supervisão do serviço.

Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão autorizados pela 5ª Vara Federal Criminal de Goiás, sete em Goiânia e dois em Aparecida de Goiânia. Entre os investigados estão servidores municipais, empresas contratadas e pessoas físicas apontadas como possíveis beneficiárias do esquema de fraudes.

Segundo apurações preliminares, entre 2022 e 2024, diversas ambulâncias do SAMU teriam permanecido inoperantes por longos períodos, mesmo assim continuaram registrando despesas de manutenção e recebendo recursos como se estivessem em pleno funcionamento. Para a CGU e a PF, há indícios de serviços simulados, superfaturamento e realização de reparos em oficinas clandestinas.

As equipes identificaram indícios de emissão de notas fiscais falsas e cobranças com valores considerados incompatíveis com os supostos serviços prestados. As suspeitas incluem ainda a utilização de estabelecimentos sem capacidade técnica ou autorização adequada para realizar manutenção de viaturas de emergência.

Outra investigação na gestão Cruz

Vale lembrar que a gestão do ex-prefeito também foi alvo recente de outra investigação. No último dia 18, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em apuração que investiga associação criminosa, contratação direta ilegal e fraude em licitação envolvendo um contrato firmado em 2024, durante a administração de Rogério Cruz e do então secretário de Saúde, Wilson Pollara.

A investigação apontou indícios de irregularidades tanto na escolha do Instituto Idesp, sediado em Palmas (TO), quanto na execução do contrato. Segundo a PCGO, houve pagamento integral de mais de R$ 11,6 milhões em prazo muito menor que o previsto e sem comprovação da prestação dos serviços.

Canal para denúncias

A CGU reforçou que denúncias relacionadas à operação ou a outras irregularidades podem ser encaminhadas à Ouvidoria-Geral da União por meio da plataforma Fala.BR. O envio pode ser feito de forma anônima, bastando selecionar a opção “Não identificado”. É necessário escolher a categoria “Operações CGU” e informar, no campo de descrição, o nome da operação e o estado onde ocorreu.

A Operação Check-up 192 segue em andamento, e os órgãos federais ainda vão detalhar os prejuízos potenciais e o impacto das irregularidades no atendimento do SAMU na capital goiana.


Leia mais sobre: / / / / Cidades / Notícias do Estado