Johannesburgo – Preocupados com a segurança, centenas de imigrantes africanos estão deixando a África do Sul em ônibus, após ataques contra donos de lojas estrangeiros. Os ataques deixaram sete mortos e causaram revolta em outros países do continente.
O governo sul-africano luta para conter o efeito negativo dos ataques contra imigrantes em algumas áreas de Durban e Johannesburgo, que mataram sete desde o fim de março. Ativistas em alguns países organizaram protestos e convocaram um boicote de produtos do país, um parceiro comercial forte da região.
O rei zulu Goodwill Zwelithini, uma figura influente entre o grupo étnico zulu no país, condenou os ataques em discurso hoje em Durban. O rei zulu falou após as alegações de que ele teria provocado parte da violência, por comentários dizendo que os estrangeiros deveriam voltar para seus países de origem.
No Malavi, o ministro da Informação, Kondwani Nankhumwa, disse que seis ônibus levando 390 malavianos de Durban estava seguindo para o país e que cinco outros ônibus com malavianos devem deixar a cidade amanhã. Segundo ele, 3.200 malavianos buscaram refúgio em abrigos temporários.
Cerca de 400 zimbabuanos também estavam deixando a África do Sul e voltando para casa, segundo Isaac Moyo, embaixador do Zimbábue no país.
Parte da população sul-africana afirma que os imigrantes roubam seu trabalho, em um país com alto desemprego. Muitos entraram ilegalmente no país, mas o governo local lembra que muitos trabalham legalmente e contribuem para o desenvolvimento econômico.
A violência lembra a onda de distúrbios ocorrida em 2008 na África do Sul, quando 60 pessoas morreram. Em janeiro deste ano, quatro pessoas morreram durante saques contra lojas de estrangeiros em Johannesburgo.
Fonte: Associated Press.
(Estadão Conteúdo)
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