11 de agosto de 2024
Brasil

Olavo de Carvalho compra briga com ministro e sobra até pra Joice Hasselmann

(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

A troca de farpas dentro do governo não para. As narrativas e episódios políticos que estão acontecendo ao longo das últimas semanas passaria inveja em escritores consagrados como George Orwell e Michael Dobbs. A última está sendo a intensa chuva de diretas e indiretas entre o astrólogo Olavo de Carvalho, guru intelectual do governo Bolsonaro que utilizou o twitter ao longo desses últimos dias para atacar a ala militar do ministério bolsonarista.

O principal alvo foi o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz que à Folha de São Paulo disse ser necessário restabelecer o diálogo entre Executivo e Legislativo, além de reinterpretar a suposta disputa entre as chamadas nova e velha política.

“O general Santos Cruz ofende de maneira brutal o nosso presidente: insinua que ele não tem maturidade para escolher sensatamente seus amigos e precisa portanto de um tutor, o próprio Santos Cruz”, tuitou.

Mais que isso, Olavo mencionou que Cruz camufla “sua mediocridade invejosa sob trejeitos de isentismo e acusar de ‘extremista’ quem o supera intelectualmente”, atacou.

Olavo mirou também suas críticas aos ditos intelectuais: “Sábio, no Brasil, só o povão. De gerente de posto de gasolina para cima, só tem palpiteiro bobão. O mal do Brasil é a elite mais inculta e presunçosa do universo”, declarou.

Trata-se de um discurso anti-intelectual adotado não apenas por Olavo de Carvalho e o próprio Bolsonaro, mas também pelo presidente norte-americano Donald Trump tanto antes como depois das eleições presidenciais de 2016.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Santos Cruz disse que a indicação de cargos é normal no sistema político e disse que o diálogo com parlamentares deveria existir. “Temos que dar crédito para o nosso Congresso”, afirmou.

O objetivo da declaração era apaziguar a relação entre Bolsonaro e o Congresso. Durante toda a semana passada, o presidente da República e Rodrigo Maia trocaram diversas farpas por meio da imprensa. Tanto a ala militar do governo como Paulo Guedes e sua equipe econômica tiveram de agir para minimizar os danos ocasionados.

Olavo de Carvalho se vangloria por ter tantos ministros militares no Governo. Ele considera que isso é resultado de sua obra, considerada por ele, filosófica. Ao mesmo tempo, ele acusa os mesmos militares de terem se curvado perante a civis e à esquerda depois da ditadura. O recado foi dado também pelo Twitter: “Santos Cruz: sem a minha obra de três décadas, da qual você nada sabe, você jamais teria chagado ao posto que agora ocupa. O presidente Bolsonaro é um homem grato. Você é apenas um monstro de auto-adoração e empáfia” em tom ameaçador. Não deixou de se vangloriar dizendo que sem sua obra Cruz estaria “levando cusparadas na porta do Clube Militar e baixando cabeça”.

A discussão ganhou contornos de ringue. Disse que nunca se interessou pela obra de Olavo de Carvalho e não deixou por menos: “Com linguajar chulo, o desequilíbrio fica evidente”.

O astrólogo que vive nos Estados Unidos não ficou calado. “Não venha agora choramingar que foi ofendido, Santos Cruz. Foi você que começou isso, sem a menor provocação, dois dias depois de eu o haver elogiado. Você simplesmente não presta”.

Santos Cruz não respondeu o ataque. Toda a imprensa também voltou a ser alvo do astrólogo.

Em meio a toda essa onda de ataques, quem acompanha de perto as provocações é a deputada e líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) que deve ser catapultada ao ministério e substituir Santos Cruz. De acordo com o Estadão, neste cenário, o general Floriano Peixoto – que está interinamente à frente da Secretaria-Geral da Presidência da República – daria lugar a Santos Cruz.

Joice desconversou a possibilidade de assumir agora qualquer ministério. “Sou ministra da pacificação nacional. Só isso”, respondeu.

Caso a dança das cadeiras aconteça, Hasselmann seria a terceira mulher a assumir um ministério no governo do presidente Jair Bolsonaro, acompanhando Dâmares Alves (da Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (da Agricultura).


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