A injeção de capital na Oi, prevista no plano de recuperação judicial aprovado pelos credores em dezembro do ano passado, só deve se concretizar no fim deste ano.
Segundo o diretor comercial da empresa, Bernardo Winik, a conversão da dívida em ações deve acontecer ainda no segundo trimestre deste ano, mas a capitalização só terá efeito no caixa no último trimestre.
“Não estamos esperando o capital para investir”, diz Winik em evento nesta terça-feira (17). “No ano passado, fizemos uma gestão com caixa muito apertado, mas aumentamos muito os investimentos.” O acréscimo foi de 16% em relação a 2016.
Em março, o conselho de administração da companhia aprovou a emissão de 1,04 bilhão a 1,76 bilhão de ações ordinárias, ao preço de R$ 7 por ação. Com isso, a expectativa é levantar de R$ 4 bilhões a R$ 12 bilhões para a empresa.
A meta para o investimento em bens de capital, após a aprovação do plano, é de R$ 7 bilhões ao ano. A Oi depende desse aporte para se manter competitiva, já que vem crescendo apenas em clientes de televisão, e perdendo usuários em outros serviços.
Em 2017, a operadora investiu R$ 5,6 bilhões, registrou queda de 7,8% em sua receita e sofreu prejuízo de R$ 3,69 bilhões. O balanço foi divulgado na última quinta-feira (12).
Pré-pagos
A Oi tem a fatia de clientes pré-pagos mais alta no mercado. Em fevereiro de 2018, eram 76% das linhas, uma proporção que se manteve estável desde 2015, enquanto clientes de outras operadoras migraram para o pós. Na Vivo, são apenas 50% atualmente.
Para Winik, a receita do pré-pago deve continuar crescendo, apesar de a tendência no país ser o desligamento de chips. As linhas pré-pagas caíram 9,8% no Brasil em 2017, e 9,3% entre os clientes da Oi.
“A questão do pré-pago tem muito a ver com a curva de desemprego do país, então acreditamos que a operadora vai ver um aumento de receita no pré-pago com a recuperação da economia”, diz Winik.
Em evento nesta terça, a empresa anunciou novos planos pós-pagos para famílias, em que o cliente pode fazer o compartilhamento de internet com até quatro dependentes. (Folhapress)
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