Apesar de a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmar, nesta terça-feira (7), que uma equipe com 60 pessoas está realizando buscas nos 200 quilômetros da área em que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista do The Guardian Dom Phillips desapareceram, é possível que as buscas aéreas, prometidas pelo governo não estejam sendo feitas. O Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi), usou a conta no Twitter para fazer a denúncia.
Na rede social, a entidade, diz que a “mentira” é “modus operandi do governo Bolsonaro”. “A MENTIRA é modus operandi do (des)governo Bolsonaro, que vem divulgando que está realizando buscas aéreas na região do Vale do Javari e até agora NADA! Já são quase 60 horas, após o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips”, escreveram.
Ainda em outra publicação, o Opi acusou o governo de omissão. “OMISSÃO é a palavra de ordem do (des)governo Bolsonaro! Após quase 60 horas do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, NÃO HÁ AINDA AERONAVES efetivando as buscas na região”, postaram.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por sua vez, afirmou ainda no fim da tarde desta segunda-feira (6) que as operações de busca “ocorrem concomitantemente por meio aéreo, marítimo e terrestre”, além de ter acionado a Força Nacional e a Polícia Civil para participarem de buscas.
Execução
O presidente Jair Bolsonaro, ao declarar sua opinião sobre o assunto nesta terça-feira (7) para o SBT News, disse que o servidor da Funai, Bruno Pereira, e o jornalista Dom Phillips, podem ter sido executados. “O que nós sabemos, até o momento, é que no meio do caminho teriam se encontrado com duas pessoas, que já estão detidas pela Polícia Federal, estão sendo investigadas”.
“E realmente duas pessoas apenas num barco, numa região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser acidente, pode ser que eles tenham sido executados, a gente espera e pede a Deus para que sejam encontrados brevemente”, continuou o presidente. Apesar da afirmação de Bolsonaro, as duas pessoas citadas por ele não estão detidas. Foram apenas ouvidas pela polícia.
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