As obras de extensão da Avenida Leste Oeste, entre a Praça do Trabalhador e a saída para Senador Canedo, estão programadas para ser iniciadas no mês de abril do ano que vem, após o período chuvoso. Nesta terça-feira (31), Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese), doou o projeto para a Prefeitura de Goiânia. O governo do Estado repassará R$ 35 milhões para a execução da obra. O projeto custou R$ 1,4 milhão aproximadamente.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Obras da Prefeitura de Goiânia, Fernando Cozzetti, com a entrega do projeto, a prefeitura economiza tempo para executar a obra. Ao Diário de Goiás, Fernando Cozzetti, disse que sem a doação do projeto, o Município levaria pelo menos seis meses, o que atrasaria a viabilização das intervenções. O secretário espera que as obras sejam iniciadas até abril, após o período chuvoso e a conclusão seja feita ainda no mandato do prefeito Iris Rezende, ou seja, até 2020.
Fernando Cozzetti ressaltou que ainda não dá para se precisar em um valor total da obra, mas estima-se que seja superior a R$ 100 milhões. Já estão assegurados R$ 70 milhões, já que haverá participação de 50% do governo estadual e 50% do tesouro municipal. O governo estadual celebrará convênio com a prefeitura da capital para a viabilização da continuidade da Avenida Leste Oeste, entre a Praça do Trabalhador até Senador Canedo.
A extensão da Avenida Leste Oeste seguirá o leito da antiga Estrada de Ferro Goyaz. O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, lembrou que no período em que foi governador na década de 1980, o Estado adquiriu as faixas próximas ao antigo leito da ferrovia e o pátio ferroviário foi levado para Senador Canedo. Iris destacou que ao retornar a prefeitura tem condições de executar o que projetava no passado.
“O Estado comprou a faixa em Senador Canedo construímos todo o complexo de armazenagem. Quando assumi a prefeitura pude realizar o sonho de tantos goianienses. Fiquei muito feliz de receber este presente deste projeto. Vamos nos empenhar para realizar este sonho”, declarou o prefeito.
Patrimônio Histórico
A Avenida Leste Oeste começou a ser projetada ainda nos anos 1970, com uma alternativa de transporte e mobilidade naquela época. Porém começou a ser construída no governo de Nion Albernaz em 1997, com a pavimentação do trecho entre a Câmara Municipal de Vereadores, no setor Norte Ferroviário e a Avenida Bernardo Sayão, no setor Fama. Foi aproveitado o leito da antiga Estrada de Ferro Goyaz.
Com o passar dos anos a via avançou apenas no sentido Oeste, mas no sentido Leste, pouca coisa se fez. Na região central há grandes obstáculos. Primeiro a Câmara Municipal que invadiu área da União que fazia parte do antigo complexo ferroviário. Segundo a Praça do Trabalhador que abriga a antiga Estação Ferroviária de Goiânia.
O local é tombado como Patrimônio Histórico pelo Estado de Goiás e pelo Município de Goiânia, ou seja, não se pode fazer nenhum tipo de intervenção no local para que a Memória do local não seja descaracterizada.
Questionado pelo Diário de Goiás sobre o assunto, Fernando Cozzetti, argumentou que somente a estação é tombada, e que é possível fazer intervenções na Praça do Trabalhador. Ele disse que já houve conversas com representantes do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional (IPHAN) e que há princípio não há problemas em promover algumas alterações na Praça do Trabalhador.
Obstáculos
Diferente do que informou em agosto deste ano, Fernando Cozzetti explicou que dificilmente será feito um projeto subterrâneo na Leste Oeste por conta de custos. Ele destacou que a obra será feita por trechos. O primeiro vai da Praça do Trabalhador até a Avenida Vereador José Monteiro de Lima, na Nova Vila, nas proximidades do Parque de Exposições Agropecuárias.
Segundo o secretário haverá um grande viaduto na Marginal Botafogo, uma faculdade que invadiu uma área de domínio da antiga ferrovia, teria se comprometido a fazer o recuo. Quanto ao prédio da Câmara Municipal de Goiânia, Fernando Cozzetti não descartou a construção de uma trincheira. Ele disse que o prédio do Legislativo não seria afetado, somente o estacionamento da Casa de Leis.
Comércio
O presidente do Codese e também da Acieg, Euclides Barbo Siqueira, explicou que o projeto doado não é relativo apenas a Leste Oeste, mas também a requalificação da Praça do Trabalhador, passando por um recadastro dos comerciantes das Feiras Hippie e da Madrugada conforme destacou o prefeito Iris Rezende em agosto.
Euclides afirmou que empresários, comerciantes, a população, o poder público perdem com a desorganização da região da Rua 44. Ele afirmou que o projeto também prevê a reorganização do espaço.
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