18 de novembro de 2024
Impacto ambiental

Obra da avenida Rio Verde não vai retirar todas as árvores

CAU/GO questiona a remoção de 132 árvores da via. Secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida de Goiânia afirma que apenas a vegetação com raízes maiores e externas será extirpada
Avenida Rio Verde tem obras de revitalização em andamento. Foto: Altair Tavares / Diário de Goiás
Avenida Rio Verde tem obras de revitalização em andamento. Foto: Altair Tavares / Diário de Goiás

As árvores retiradas durante as obras de revitalização da Avenida Rio Verde, serão apenas aquelas que apresentam raízes maiores e externas. É o que explicou ao Diário de Goiás a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida de Goiânia, Valéria Pettersen. A declaração ocorreu após o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) questionar, nesta terça-feira (25), a remoção de 132 árvores da via, que divide as cidades de Goiânia e Aparecida.

“Com o passar do tempo, essas raízes perdem a sustentação e podem cair. Amanhã ou depois, pode ter um acidente em função dessas árvores. Por isso esse nosso cuidado”, esclareceu a secretária.

Valéria afirmou que a extirpação se mostrou necessária após análises realizadas por técnicos. Entretanto, a titular do Meio Ambiente de Aparecida pontuou que está sendo feito o replantio, além de uma compensação ambiental, com o plantio de novas árvores na nascente do córrego Buriti, localizada na Vila Mariana.

“Somos um conjunto de secretarias trabalhando juntas. Todos os técnicos estão acompanhando cada detalhe da obra para que a gente faça da forma mais adequada. Agora, não foi possível realmente deixar as árvores, em função das raízes, para que a calçada fique plana e para que não tenhamos problemas com idosos e com pessoas que fazem caminhada”, ponderou Valéria Pettersen.

A secretária listou as melhorias que as obras na Avenida Rio Verde devem promover. “Além das obras, da pista de caminhada, teremos a troca de iluminação para as lâmpadas de LED. Vamos colocar ao longo da avenida uma estação com academia, vamos colocar pergolado, vários vasos com flores. Vai ser feita a nova sinalização viária da avenida, vai ser refeito o asfalto. É um conjunto de secretarias, Comurg, Desenvolvimento Urbano, a SMTA de Aparecida, SMM de Goiânia, a Seinfra de Goiânia, a Secretaria de Infraestrutura de Aparecida e a Secretaria de Meio Ambiente”, concluiu.

Por meio de sua assessoria, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ressaltou estar fazendo uma pequena colaboração e que não tem autorização para realizar as retiradas, reforçando que a responsabilidade é da Prefeitura de Aparecida de Goiânia. De acordo com o órgão, sempre que é preciso fazer remoção de árvores, a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) tem que dar um parecer. Porém a autarquia não se envolveu nessa negociação.

CAU/GO critica revitalizações anteriores em Goiânia; projetos da avenida Rio Verde foram solicitados às prefeituras

Em nota, o CAU/GO, afirmou que o projeto é importante para os municípios, pois contempla a construção de uma ciclovia e de novos espaços públicos para uso da população, que vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida e da mobilidade urbana na região. Contudo, a retirada de árvores da avenida Rio Verde vai contra a proposta divulgada pelas prefeituras de proporcionar saúde e bem estar aos cidadãos.

Segundo o Conselho, os projetos devem levar em conta o aproveitamento da vegetação pré-existente e a retirada deve ocorrer apenas em último caso, principalmente quando se trata de espécies de grande porte e já adaptadas ao local. A entidade defende que a vegetação tem importância crucial para melhorar o microclima da cidade, reduzir os níveis de poluição atmosférica e sonora, promover a permeabilidade do solo e preservar a paisagem. E destaca que os exemplares que foram ou ainda serão derrubados devem ser substituídos no próprio local.

Conforme a nota do CAU/GO, os projetos de revitalização das últimas gestões da Prefeitura de Goiânia, que retiraram centenas de árvores, resultaram em uma paisagem urbana degradada em diversos pontos da capital. O texto cita como exemplos as avenidas 85, Universitária, Assis Chateaubriand, Goiás Norte e 4ª Radial, além da quadra do estádio Olímpico.

O Conselho ressaltou que solicitou às prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia os projetos que estão sendo executados na Avenida Rio Verde, a fim de analisá-los e oferecer suas contribuições no que diz respeito à arborização urbana e à qualidade dos espaços.


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