O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumpre hoje (22) a última agenda de compromissos em Cuba. O ponto alto será um pronunciamento ao vivo, pela televisão, quando o presidente norte-americano falará diretamente ao povo cubano. Além disso, Obama, a esposa Michelle, e as filhas Malia e Sasha, vão assistir a um jogo entre o Tampa Bay Rays, time de beisebol profissional dos Estados Unidos, e a seleção cubana.
A visita do presidente Barack Obama a Cuba está servindo para mostrar ao mundo que a solução de conflitos entre países não deve ser feita por meio da coerção e da força e sim por “abordagens respeitosas e pacíficas para superar diferenças”, disse à Agência Brasil, o presidente emérito do Inter-American Dialogue, Peter Hakim. A instituição, sediada em Washington, se dedica a estudar formas de fortalecer a democracia e a equidade social nas Américas.
De acordo com o dirigente do Inter-American Dialogue, Cuba e os Estados Unidos têm visões opostas em relação a questões políticas internacionais. Para o diálogo avançar, foi preciso que ambas as partes respeitassem reciprocamente as diferenças. Conforme o especialista, se os Estados Unidos concordam, por exemplo, em reduzir a aplicação de força em relação a Cuba, é preciso que o governo cubano também reconheça a necessidade de reduzir as restrições internas (censura) e limitações dos seus cidadãos. “A chave será a confiança mútua”.
Segundo Peter Hakim, com a mudança na política em relação a Cuba, o presidente Obama está eliminando um dos últimos traços que ainda permanecem da época da Guerra Fria. “O isolamento e a punição de Cuba eram uma espécie de embaraço para os Estados Unidos na relação com os países do Hemisfério Ocidental”, disse. O embargo comercial e financeiro dos Estados Unidos em relação a Cuba começou em 1962.
Hakim observou que, enquanto durou o isolamento de Cuba, era irritante para os próprios norte-americanos buscar o diálogo com muitos países latino-americanos. “Eles eram constantemente lembrados das intervenções dos Estados Unidos na região ao longo de tantos anos”, explicou.
O especialista disse, porém, que cabe a Cuba responder de forma cooperativa à iniciativa dos Estados Unidos para que o embargo seja levantado completamente. “É cedo para saber se as coisas vão evoluir neste sentido”, acrescentou.
Pelo menos no início, segundo Peter Hakim, a aproximação de Cuba com os Estados Unidos não terá grande impacto nas relações comerciais dos dois países com o Brasil.
Com informações da Agência Brasil
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