O prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB) rebateu nesta quinta-feira (11), as críticas feitas pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) relativa ao enfrentamento do coronavírus na cidade. Jânio classificou o governador de “Leviano” e “Covarde”. O prefeito contestou ainda os dados da Covid-19, em comparação com as informações da Secretaria Estadual de Saúde.
Caiado havia criticado Darrot devido a uma abertura das atividades, resultando no aumento de número de casos de coronavírus na cidade. O prefeito disse que ficou abismado com as declarações do governador. Jânio Darrot chamou Caiado de leviano e covarde e acusou o gestor estadual de estar politizando o combate à Covid-19.
“O senhor desconhece a situação de Trindade, o senhor está sendo leviano, o senhor está sendo covarde, num momento tão importante, tão difícil da pandemia, o senhor querendo politizar esta situação para desviar a atenção de problemas do seu governo, inclusive de corrupção e outras coisas, da má gestão, da incompetência que o senhor está gerindo o estado para trazer toda a culpa, disseminar o pânico na população, uma população ordeira que está colaborando”, disse.
Segundo dados da plataforma da Secretaria Estadual de Saúde consultados nesta quinta-feira (11), Trindade tem 79 contaminações e 641 pessoas estão com suspeitas de terem contraído a Covid-19. No município foram contabilizados três óbitos. No entanto, o prefeito Jânio Darrot contestou os dados e argumentou que Ronaldo Caiado não conhece a verdade, está mal informado, mal assessorado.
De acordo com o prefeito, Trindade tem 128 casos confirmados, sendo que 81 pacientes já estão curados. Foi dito ainda que há 43 pacientes em tratamento e quatro óbitos em quase 90 dias da pandemia. O gestor municipal disse que há 23 casos suspeitos, em investigação epidemiológica e não 641.
O governador havia criticado a abertura das atividades comerciais, incluindo bares e boates, sem ter feito uma estruturação na área da Saúde. Jânio Darrot disse que na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade há 16 leitos, sendo 10 de UTI com respiradores. Ele argumentou que somente casos graves que os pacientes são levados para a capital.
“Eu não fico mandando pacientes para encher Goiânia não. Se os hospitais fossem em Santa Bárbara, por exemplo, mandaríamos pra lá. O recurso é para atender a população do estado de Goiás e os hospitais de grande complexidade são na maioria na capital”, disse o prefeito.
No final de maio, foram disponibilizados seis novos leitos de UTI para o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin). Jânio Darrot argumentou que ocorreram reuniões dos secretários municipais de Saúde, com o secretário Ismael Alexandrino para debater a expansão da rede de saúde para tratamento de pessoas com Covid-19.
O prefeito disse que foi por este motivo, que o Hutrin recebeu os equipamentos para instalação de leitos de UTI. Jânio Darrot disse que nem todos os leitos disponibilizados estão funcionando, por falta de energia.
“Trindade foi contemplada com dez leitos, foram instalados seis leitos de UTI. E olha governador nós não estamos mexendo nestes leitos, porque só tem três funcionando, porque não tem energia no hospital suficiente para colocar os outros três em funcionamento em o senhor nem sabe disso”, declarou. O prefeito ainda afirmou que com ajuda de recursos de emendas parlamentares foi arrendado um hospital da cidade para ser uma unidade de campanha.
“Nós arrendamos um hospital e hoje temos um hospital de Campanha com 36 leitos. Temos 16 leitos na UPA e 36 leitos no Hospital de Campanha e mais 20 leitos clínicos lá no Hutrin que é de responsabilidade do Estado. A nossa rede está preparada para receber os pacientes. Nós não queremos fabricar pacientes para UTI. Nós temos um protocolo, temos tratado as pessoas”, afirmou.
Jânio Darrot argumentou que bastava o governador ligar para ele, ou algum técnico do estado para resolver a questão. O prefeito voltou a reclamar do gestor estadual por querer politizar um fato.
“Bastava o senhor me ligar, bastava o senhor mandar os técnicos do senhor perguntar o que está acontecendo. Bastava o senhor me chamar aí e dizer: Olha Jânio você abriu muito a cidade, vamos discutir um plano, vamos ver como está sua situação. Agora o senhor não, recebe aí informações de querem desestabilizar, politizar uma situação na hora de uma pandemia, não é hora pra isso, nós temos que unir. O senhor é um líder do nosso estado, é médico, é governador e não consegue comunicar conosco”, declarou.
O prefeito ainda disse eu não fica atrás de livres, nem de mesa farta. Jânio ressaltou que não é “irresponsável e nem fabrica doentes”.
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