05 de dezembro de 2025
Esportes • atualizado em 16/07/2025 às 15:50

O que a Copa do Mundo de Clubes revelou sobre o futebol brasileiro

Botafogo vence o PSG (Foto - Vítor Silva/Botafogo)
Botafogo vence o PSG (Foto - Vítor Silva/Botafogo)

A primeira edição da Copa do Mundo de Clubes, disputada nos Estados Unidos, mostrou a real distância que ainda separa o futebol europeu do sul-americano. A final entre Chelsea e Paris Saint-Germain, dois gigantes do Velho Continente, simbolizou esse desequilíbrio. Ainda assim, o novo formato foi um acerto gigantesco da FIFA. O balanço do novo torneio foi muito positivo.

Apesar da decisão ter sido europeia, a competição também deixou evidente que o Brasil segue como um dos maiores celeiros de talentos do futebol mundial. Prova disso é que, na própria final, quatro jogadores brasileiros estiveram em campo, reafirmando a relevância do país na formação de atletas de alto nível. O futebol brasileiro continua exportando jogos de qualidade.

A crítica à realização do torneio nos Estados Unidos é válida. É difícil aceitar que a principal competição entre clubes aconteça em um país onde o esporte é chamado de “soccer” e não ocupa o mesmo apelo popular como em outras partes do mundo. Exemplo disso foi a tentativa de americanizar o espetáculo como a entrada dos jogadores ao estilo da NBA. Portanto, se a FIFA quiser consolidar o torneio, que tal em 2029 devolver o Mundial ao seu verdadeiro templo? O Brasil, o país do futebol.

Vale ressaltar que a diferença entre europeus e sul-americanos ainda existe. Tanto técnica quanto física. Mas ela é menor do que imaginávamos. Os times da América do Sul somaram quatro vitórias, além de quatro empates e cinco derrotas em confronto direto diante dos clubes do Velho Continente.

Flamengo vence o Chelsea (Foto - Gilvan de Souza/Flamengo)
Wallace Yan e Matheus Gonçalves (Foto – Gilvan de Souza/Flamengo)

Entre os clubes brasileiros, a Copa do Mundo de Clubes de 2025 expôs alguns contrastes . O Flamengo fez uma campanha de encher os olhos na fase de grupos, desbancando o Chelsea com autoridade. Acabou eliminado pelo poderoso Bayern, mas caiu de pé. Foi, sem dúvida, o time brasileiro mais agradável de se ver jogar. Filipe Luís, em sua primeira grande missão como treinador, mostrou personalidade à beira do campo e pode ser considerado como um possível sucessor de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira.

O Fluminense, visto como o “patinho feio” entre os representantes nacionais, mais do que superou as expectativas. Passou pela fase de grupos com dificuldades, é verdade, mas cresceu na hora certa e eliminou com autoridade a Inter de Milão, finalista da Champions League. A eliminação para o campeão Chelsea não apagou a grande campanha tricolor, que saiu do torneio com grande moral.

Já o Botafogo, viveu grandes extremos. Protagonizou a vitória mais emblemática entre os brasileiros ao derrotar o Paris Saint-Germain, atual campeão europeu. Porém, sucumbiu de forma vexatória diante do Palmeiras nas oitavas de final. O Glorioso nem viu a cor da bola contra os paulistas. E o próprio Palmeiras, mesmo avançando de fase, teve a atuação mais apática entre os brasileiros. Esperava-se mais, especialmente contra adversários acessíveis como o Porto em crise e o Inter Miami na fase de grupos.

Atacante João Pedro - Chelsea (Foto - Reprodução)
Atacante João Pedro – Chelsea (Foto – Reprodução)

Nessa quebra de braços contra os europeus, surgiram protagonistas inesperados. Um dos destaques foi Wallace Yan, joia do Flamengo, que se tornou o jogador que precisou de menos minutos para marcar um gol em toda a competição. Foram apenas 18 minutos em campo para balançar as redes. Ele fez isso duas vezes, contra o Chelsea, futuro campeão do torneio e contra o Los Angeles FC. Mas o maior ganho na Seleção Brasileira foi o João Pedro. O atacante, formado em Xerém e contratado pelo Chelsea durante a disputa do Mundial, foi decisivo na conquista do título. Mostrou que a carente camisa 9 da Seleção tem dono.

É evidente que ainda falta chão para igualar o nosso futebol ao que é praticado no mais alto nível lá na Europa. Mas a Copa do Mundo de Clubes mostrou que o futebol brasileiro ainda respira e tem tudo para voltar aos tempos de glória na copa de seleções no ano que vem .

Quem disse que europeu não liga para o Mundial?

Técnico Enzo Maresca - Chelsea (Foto - Reprodução)

O Chelsea não só conquistou o título da Copa do Mundo de Clubes com uma vitória contundente por 3 a 0 sobre o Paris Saint-Germain, mas também trouxe um discurso que reforça o peso crescente da competição no cenário mundial. Em coletiva após a final, o técnico Enzo Maresca celebrou a atuação de sua equipe.

“A minha sensação é que essa competição vai ser tão importante quanto, ou mais importante que a Champions em alguns anos. Nós a vemos e a valorizamos tanto quanto, senão mais, que a Champions.”


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