Em conversa com os partidos de centro que tentam disputar a Presidência da República, o senador e presidenciável Alvaro Dias (Pode-PR) descarta qualquer aliança com o PSDB ou possibilidade de se tornar vice na chapa do ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
“O PSDB é sustentado pelo sistema que eu estou contestando”, disse o paranaense nesta segunda (7) em sabatina à Folha de S.Paulo, UOL e SBT, a primeira de uma série com os presidenciáveis e pré-candidatos ao governo de São Paulo.
Ele, que entre outros partidos já passou pelo PSDB, diz que governaria em um modelo suprapartidário e afirma que deixou a legenda por insatisfações com a forma de governança adotada pelos tucanos, com distribuição de cargos entre aliados.
“É contraditório, mas eu nunca mudei de partido, porque não temos partidos no Brasil”, disse Dias, que também já passou por PV, MDB, PDT e PP.
“Mudei de sigla para não mudar de lado”, afirmou. Segundo ele, as trocas foram feitas para não “mudar minhas convicções pessoais”.
Segundo o presidenciável, sua proposta é de “ruptura e do desmonte desse balcão de negócios que se formou em Brasília”. “Eu denomino isso de refundação da República. Qualquer aliança que comprometa essa proposta está descartada.”
Dias é favorável a bandeiras como a continuidade da Lava Jato e fim do foro privilegiado, mas também maior armamento da população e maior rigor na segurança pública, com “providências mais rigorosas sem o risco de punições eventuais” à polícia.
Ele reitera que provocação dos grupos favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou aos tiros na caravana do petista no Paraná, em abril, antes da prisão. Também acha que a provocação resultou nos tiros no acampamento de militantes próximo à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso.
“Não concordo com o tiro, mas não concordo com a provocação”, diz o senador, que avalia o acampamento pró-Lula como “um acinte, um escárnio, uma afronta à legalidade democrática”.
Questionado se suas ideias não estariam próximas à do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), primeiro lugar nas pesquisas a presidente caso Lula não possa concorrer, ele evitou comparar. Também não avaliou a pré-candidatura do adversário.
“Se eu tivesse que elogiar seria cabo eleitoral do concorrente”, afirmou.
Na entrevista, Dias ainda defendeu que seja adotado um “imposto quase único” no país, com eventual retorno da extinta CPMF. Também afirmou ser a favor de uma reforma trabalhista, mas contra o modelo aprovado no governo Temer.
“Há que se eliminar conflitos e esta reforma estimulou conflitos”, disse.
Após a sabatina, o pré-candidato falou a jornalistas sobre as conversas que o Podemos tem tido com PRB e DEM no sentido de formar uma chapa única de centro destacada da candidatura de Alckmin.
“Há uma tentativa de convergência entre candidaturas que possam ter alguma similitude nas propostas”, afirmou.
“Gostaria que houvesse uma limitação dos candidatos. Nós temos muitos candidatos e isso compromete até o debate. Desqualifica um pouco até o debate, se nós pudéssemos reduzir, seria ideal”, acrescentou. (Folhapress)
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