Sem esconder o entusiasmo e se declarando “muito feliz”, o governador Marconi Perillo afirmou, mais cedo, durante assinatura de protocolo de intenções com as Instituições de Ensino Superior em Goiás, no Palácio das Esmeraldas, que a concretização do processo de venda da Celg Distribuição S.A. é o “melhor negócio” acontecido em Goiás neste ano.
“Não tenham a menor dúvida, o melhor negócio acontecido em Goiás neste ano é a venda da Celg. Essa venda vai resultar em muitos benefícios para o Estado. O mais importante é que, em dois anos, os compradores vão investir R$ 2 bilhões em energia. E com esses investimentos nós vamos garantir o atendimento às demandas que estão reprimidas. O mais importante também que não vamos ter mais dificuldades financeiras em uma empresa estratégica como essa”, disse Marconi ao fim do discurso no evento.
No início desta manhã, a Celg Distribuição S.A, empresa de energia controlada pela Eletrobras (50,93% das ações), foi arrematada pela empresa italiana Enel Brasil em leilão de privatização ocorrido na sede da Bolsa de Mercadoria e Futuros – BM&F –, em São Paulo, por mais de R$ 2,1 bilhões e ágio de 28%. O preço mínimo do atual leilão era de R$ 1,792 bilhão. Ele foi o resultado da avaliação do valor de mercado da companhia em R$ 4,448 bilhões, menos a dívida de R$ 2,656 bilhões. O Governo Estadual, dono de 49% das ações, ficará com R$ 1,050 bilhão.
Na avaliação do governador, uma estatal do setor energético como a Celg não pode ficar sob responsabilidade de gestão do Estado. “Imagine se a Embraer ainda estivesse com o Governo Federal, imaginem se a CSL, a Vale do Rio Doce e as teles… Isso fica muito propício à corrupção e a desvios. Então, é bom que elas estejam reguladas, mas com o setor privado, para que o setor privado possa investir e acompanhar o desenvolvimento da empresa”, pontuou.
O governador rechaçou as críticas de que, com a venda da Celg, as tarifas de energia elétrica aumentarão em Goiás. “Quem regula é a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). E regula para todos. Agora, a Celg vai ter mais ou menos apoio da Aneel se ela for mais eficiente. Segundo pesquisas de opinião pública, a Celg melhorou a eficiência, mas agora vai melhor ainda muito mais. E eu me animo, porque não é uma empresa qualquer”, disse.
O governador desabafou que estava apreensivo até o início da manhã, antes da realização do leilão, pois imaginava que o valor de venda não seria muito alto. “A surpresa foi enorme quando chegaram R$ 400 milhões de ágio. É uma demonstração de otimismo do mercado. É um grande sinal do mercado externo em relação à economia brasileira”.
Marconi disse que, a partir de agora, não precisará mais se preocupar com o pagamento de ICMS por parte da Celg. Segundo ele, sempre houve dificuldade para receber da empresa o pagamento do imposto. “Agora, acaba também esse problema. A economia goiana vai ganhar muito, a população vai ganhar muito. Eu estou muito feliz”, considerou.
O governador ressaltou que a venda da Celg abre caminho para novas privatizações. O governo federal pretende privatizar outras seis distribuidoras estaduais que hoje estão sob controle da Eletrobras e serão oferecidas ao mercado em 2017. “A Celg é a primeira empresa privatizada neste ano. Isso sinaliza que os mercados começam de novo a olhar para o Brasil com interesse”, avaliou.
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