Quais as principais filiações que os partidos goianos conseguiram ao final do período para a disputa da eleição de 2014? A reportagem do Tribuna do Planalto, com texto de Marcelo Tavares, informa um panorama das mudanças.
VEJA:
Partidos tradicionais, PMDB, PT e PSDB foram as siglas que mais se beneficiaram com as filiações partidárias, que encerrou o período para o cadastramento de novos membros no sábado, 5 de outubro. Os novos nomes devem fortalecer os partidos para as chapas majoritárias e proporcionais.
A última semana foi marcada pelo movimento dos partidos para buscar reforços e candidatos com potencial para vencer em 2014. Como já é tradicional, as legendas deixaram para última hora a divulgação de seus novos integrantes para que estes não sofressem pressão ou para não correr o risco de perdê-los.
No PSDB, um dos nomes mais comemorados foi o do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Goiás, Henrique Tibúrcio, que é especulado para sair como candidato a deputado federal ou até mesmo para disputar o governo do Estado, já que ele se declarou como cota de reserva no partido. Além dele, a sigla ainda ganhou outros nomes importantes, como o deputado estadual José Vitti, o secretário Estadual de Cultura, Gilvane Felipe, o presidente da Goiás Parcerias, Igor Montenegro e o casal Adhemar e Onaíde Santillo, que tem forte apelo político em Anápolis.
O presidente do PSDB em Goiás, Paulo de Jesus, diz que os novos integrantes são pessoas que abraçam a social democracia e o projeto de desenvolvimento de Goiás com Marconi Perillo, iniciado em 1998. “Todos são lideranças importantes. O partido ganha força, segurança e tranquilidade para continuar com seus projetos”, afirma.
Já no PMDB, os principais novos filiados são o ex-deputado federal Barbosa Neto; o secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços de Goiânia, José Geraldo Fagundes; e o ex-candidato à presidência da OAB Goiás, Leon Diniz. Na semana retrasada, uma filiação de destaque foi a do cantor José Rico, da dupla Milionário & José Rico, que se postula como pré-candidato a deputado Federal. Mas o partido também teve perdas importantes, como a saída do ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Iram Saraiva, e do seu filho Iram Saraiva Júnior.
O novo endereço desses dois últimos foi o Partido do Trabalhadores (PT), que também contabilizou outras aquisições importantes. Uma delas foi a filiação do reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, que deve sair como candidato a deputado federal. Alguns integrantes da legenda chegam a falar até na pré-candidatura dele para concorrer ao governo do Estado. Para o vice-presidente estadual do Partido, Céser Donisete, a legenda ganhou quadros importantes e que têm perspectivas de serem bem votados.
No interior também houve filiações que são consideradas relevantes para o PT, como a do médico Breno Leite, que na última eleição municipal concorreu para a prefeitura de Jaraguá pelo PRB; Renato Menezes, ex-vice-prefeito em Goianésia pelo PTB; e por último, Gugu Nader, que estava no PMDB e foi candidato a prefeito em Itumbiara. “Nós fazemos diferente, não saímos na caça de candidatos, e sim eles que nos procuram. Esse período de filiação foi bastante satisfatório pela qualidade de pessoas que entraram e que poderão ajudar a aumentar a representatividade do partido, no Congresso e na Assembleia”, afirma Céser Donisete, que espera que na próxima eleição o PT faça até três deputados federais e de sete a oito deputados estaduais.
Desgaste?
Dando talvez sinais de desgastes, principalmente com a saída do deputado federal Armando Vergílio, que foi para o recém-criado Solidariedade (SDD), o PSD fez eventos para comemorar as filiações, que chegaram a mais de 500. Em sua maioria, porém, os novos integrantes são desconhecidos. O reforço principal ficou por conta do presidente da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), José Mario Schreiner, que deve buscar uma cadeira na Câmara Federal.
Schreiner é considerado pelo presidente do PSD de Goiás, deputado Vilmar Rocha, como a compensação pela saída de Vergílio e, segundo Vilmar, tem grandes chances de ser eleito, por ser um nome qualificado e representante de um dos setores propulsores da economia do Estado, que é agronegócio. “Estamos muito satisfeito com as filiações, porque houve muita gente e quadros novos”, afirma o presidente da legenda, que tem a expectativa de fazer até quatro deputados estaduais e, no mínimo, seis deputados estaduais, números baseados no que partido conseguiu durante a sua fundação.
Perda
Um dos partidos que teve maior desfalque no período de filiação foi o DEM, que perdeu figuras importantes como o atual vice-governador, José Eliton, que foi para o PP, além do deputado estadual José Vitti, que passou a integrar o PSDB. Mesmo assim, o presidente do partido, deputado estadual Ronaldo Caiado, diz que o quadro do partido está mantido. A legenda não apresentou ninguém nessa reta final de filiações, mas há uma expectativa de que nos próximos dias seja apresentado um nome de peso. “Preferimos não realizar eventos e omitir as filiações. Vamos deixar essa lista para ser divulgado no ano que vem” se limitou a dizer o deputado em rápida conversa com a Tribuna.
Entre os partidos que compõe a “Terceira Via” os quadros se mantiveram estáveis, com algumas trocas que não chegam a abalar as suas estruturas. O PSB, partido do ex-prefeito de Senador Canedo e pré-candidato ao governo do Estado, Vanderlan Cardoso, conseguiu a filiação do ex-governador Alcides Rodrigues. Em contrapartida, a legenda perdeu o ex-deputado federal Barbosa Neto. O deputado estadual Major Araújo foi para o PRP, deixando o PRB. Outros dois membros da Assembleia também trocaram de sigla. Os deputados Ney dNogueira e Carlos Antônio, que estavam, respectivamente, no PP e PSC foram para o Solidariedade.
Novos partidos reforçam chapas proporcionais
O partido Solidariedade ganhou destaque nesse período final de filiações. Fundado cerca de uma semana antes do prazo final para realizar o cadastramento de novos integrantes, a legenda ganhou alguns políticos conhecidos, e ao que tudo indica, as novas aquisições serão importantes para reforçar as chapas proporcionais para Câmara Federal e Assembleia Legislativa. O deputado federal Armando Vergílio, que fundou o partido no Estado, já se colocou como pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas.
Para a Assembleia Legislativa, os possíveis candidatos que devem concorrer são os deputados estaduais Ney Nogueira (ex-PP) e Carlos Antônio (ex-PSC), além do vice-prefeito de Catalão, Rodrigo Carvelo, que saiu do PSDB após divergências com o prefeito Jardel Sebba (PSDB). Também são opções para concorrer pelo partido os vereadores de Goiânia, Djalma Araújo (que saiu do PT), Cida Garcêz e Paulo Magalhães. Estes últimos migraram do Partido Verde (PV) para o Solidariedade.
Outro partido que fez aquisições e que deve apostar na construção de nomes para a chapa proporcional é o Pros, que conseguiu levar para a legenda os vereadores de Goiânia Paulo da Farmácia e Divino Rodrigues, que eram do PSDC.
Esses dois partidos também ganharão força por meio das alterações que haverá para as eleições de 2014, com a nova redivisão ou redistribuição do tempo de cada partido para a propaganda eleitoral. O valor do Fundo Partidário também irá sofrer alterações para beneficiar os novos partidos. “Hoje teríamos em torno de 30 deputados federais e isso vai conferir ao partido um bom tempo de televisão e uma boa estrutura para que o partido possa iniciar suas atividades de forma consistente”, explica o deputado Armando Vergílio, liderança do SDD no Estado. (M.T.)
Quem chegou e quem saiu dos partidos políticos
PMDB
Entra
Barbosa Neto (ex-deputado federal)
Vanusa Valadares (ex-deputada estadual)
José Geraldo Fagundes (secretário municipal de Indústria Comércio e Serviços de Goiânia)
Leon Diniz (Advogado e ex-candidato à presidência da OAB)
Paulo Teles (ex-presidente do Tribunal de Justiça)
José Rico (cantor)
Sai
Iram Saraiva (ex-presidente da
Câmara Municipal de Goiânia)
Iram Saraiva Júnior (ex-deputado estadual)
Gugu Nader (suplente de deputado estadual)
PSDB
Entra
Henrique Tibúrcio (presidente da OAB)
José Vitti (deputado estadual)
Gilvane Felipe (secretário estadual de Cultura)
Igor Montenegro (presidente da Goiás Parcerias)
Antônio Flávio Camilo de Lima
(secretário estadual de Agricultura e Pecuária)
Wilson Oliveira (ex-candidato a prefeito de Anápolis)
Gláucia Teodoro (secretária da Semira)
Wilson Oliveira (ex-candidato a prefeito de Anápolis)
Adhemar Santillo (ex-prefeito de Anápolis)
Onaide Santillo (ex-deputada estadual)
Sai
Rodrigo Carvelo (vice-prefeito de Catalão)
Veter Martins (ex-vereador de Aparecida de Goiânia)
PT
Entra
Edward Madureira (reitor da UFG)
Iram Saraiva (ex-presidente da
Câmara Municipal de Goiânia)
Iram Saraiva Júnior (ex-deputado estadual)
Gugu Nader (suplente de deputado estadual)
Renato de Castro (ex-vice-prefeito de Goianésia)
Lineu Olímpio (ex-prefeito de Jaraguá)
Sai
Djalma Araújo (vereador de Goiânia)
PSD
Entra
José Mario Schreiner (presidente da Faeg)
Cleovan Siqueira (ex-deputado estadual)
Coronel Raimundo Nonato
(ex-comandante geral da Polícia Militar)
Paulo Lustosa (empresário)
Jadiel Ferreira (diplomata e ex-candidato a prefeito em Flores de Goiás)
Lissauer Vieira (secretário de
comunicação em Rio Verde)
Haikai Helou (presidente da Associação dos Hospitais de Alta Complexidade de Goiás)
Valério Luiz Filho (filho do cronista
esportivo Valério Luiz)
Sai
Armando Vergílio (deputado federal)
Cilene Guimarães (ex-deputada estadual)
PP
Entra
Ricardo Yano (presidente da SGPA)
Cilene Guimarães (ex-deputada estadual)
Franco Martins (ex-candidato a prefeito de Senador Canedo)
Roni (ex-jogador do Vila Nova)
Sai
Alcides Rodrigues (ex-governador)
José Gomes da Rocha
(presidente da Saneago)
Ney Nogueira (deputado estadual)
Lissauer Vieira (secretário de comunicação em Rio Verde)
PSB
Entra
Alcides Rodrigues (ex-governador)
Fernando Netto (ex-deputado estadual)
João Domingos (presidente da Confederação dos Servidores
Públicos do Brasil)
Sai
Barbosa Neto (ex-deputado federal)
José Geraldo Fagundes (secretário municipal de Indústria Comércio e Serviços de Goiânia)
Solidariedade (SDD)
Entra
Armando Vergílio (deputado federal)
Ney Nogueira (deputado estadual)
Carlo Antônio (deputado estadual)
Rodrigo Carvelo (vice-prefeito de Catalão)
Paulo Magalhães (vereador de Goiânia)
Djalma Araújo (vereador de Goiânia)
Cida Garcêz (vereadora de Goiânia)
PRP
Entra
Major Araújo (deputado estadual)
Jorge Kajuru (radialista)
PSC
Entra
Washington Luiz (pastor)
Sai
Carlos Antônio (deputado estadual)
Vanusa Valadares (ex-deputada estadual)
PR
Entra
Magda Moffato (deputada federal)
Sai
Leandro Senna (ex-deputado estadual)
PROS
Entra
Paulo da Farmácia (vereador de Goiânia)
Divino Rodrigues (vereador de Goiânia)
Rodrigo Melo (suplente de vereador de Goiânia)
PHS
Entra
Leandro Senna (ex-deputado estadual)
Abdul Sebba (ex-deputado estadual)
Veter Martins (ex-vereador de Aparecida de Goiânia)
PTB
Entra
José Gomes (presidente da Saneago)
Sai
Magda Mofatto (deputada federal)
PMN
Entra
Demóstenes Torres (ex-senador)
Professor Walter Paulo (proprietário das Faculdades Padrão)
PTC
Sai
Adhemar Santillo (ex-prefeito de Anápolis)
Onaíde Santillo (ex-deputada estadual)
DEM
Sai
José Vitti (deputado estadual)
Wilson Oliveira (ex-candidato a prefeito em Anápolis)
Fernando Netto (ex-deputado estadual)
PPS
Sai
Gilvane Felipe (secretário
estadual de Cultura)
PV
Sai
Cida Garcêz (vereadora de Goiânia)
Paulo Magalhães (vereador de Goiânia)
PSOL
Sai
Elias Vaz (vereador de Goiânia)
Martiniano Cavalcante
(ex-candidato ao Senado)
Jorge Kajuru (radialista)
PRB
Sai
Major Araújo (deputado estadual)
PSDC
Sai
Paulo da Farmácia (vereador de Goiânia)
Divino Rodrigues (vereador de Goiânia)
Rodrigo Melo (suplente de vereador de Goiânia)
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