O livro “O Avesso da Pele”, que aborda questões de racismo e violência, foi novamente disponibilizado nas escolas de Goiás e também no Paraná neste último final de semana (6 e 7/4), após ter sido recolhido em março deste ano. A obra de Jeferson Tenório foi retirada das unidades de ensino em três estados após um pedido de proibição feito por uma diretora no Rio Grande do Sul.
O anúncio da reintegração do livro foi feito no perfil das redes sociais da Companhia das Letras, editora responsável pela obra. A empresa havia entrado com um mandado de segurança na Justiça para impedir o recolhimento dos livros no Paraná. “Felizmente, as secretarias estaduais de educação reconsideraram a decisão e o livro voltou a estar disponível para os alunos do ensino médio”, afirmou um trecho do comunicado da Companhia das Letras no Instagram.
Em 1º de março, Janaina Verizon, diretora da escola Ernesto Alves, no Rio Grande do Sul, considerou o livro inadequado para estudantes do ensino médio, argumentando que alguns trechos continham cenas de teor sexual. Além disso, o livro foi acusado de violar o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma acusação refutada por especialistas.
Na época, Jeferson Tenório criticou a decisão de recolher o livro nas redes sociais, ressaltando que as cenas consideradas ofensivas eram menos preocupantes do que as questões de racismo, violência policial e morte de pessoas negras abordadas na obra.
Vencedor do Prêmio Jabuti de romance literário em 2021 e selecionado pelo PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) junto ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação), o livro “O Avesso da Pele” registrou um aumento de 400% nas vendas após a polêmica.
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