Após mais uma alta no preço do combustível anunciada pela Petrobras, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Goiás (Sindipostos-GO), Marcio Andrade, voltou a destacar que enquanto a petrolífera não mudar sua política de preços, que hoje é vinculada ao mercado internacional, a tendência é de novos reajustes.
Em entrevista ao Diário de Goiás concedida nesta segunda-feira (01º/03), o presidente do Sindicato explica que apesar da carga tributária no Brasil ser alta, não será em reduzir o ICMS que haverá uma redução ou contenção no preço do combustível, como tem defendido o presidente da República, Jair Bolsonaro. “É bom deixar claro que a política de impostos do Estado, por exemplo, não mudou. Não é ela o causador dos aumentos, ela tá seguindo ali o percentual de ICMS é o mesmo há anos em Goiás, sem alteração. Então, não podemos jogar a culpa no ICMS”, relata.
O grande problema no Brasil hoje é a política tarifária adotada pela Petrobrás que segue a cobrança do mercado internacional. “A perspectiva do mercado de combustível é de enquanto permanecer a política da Petrobrás de vincular o mercado internacional ao preço do petróleo e ao câmbio e o dólar, neste momento, continua com tendência de alta. Porque o preço tem subido no mercado internacional e a cotação do dólar não tem cedido, ela tem continuado alta e aumentando. Nessa perspectiva não tem muita chance que a gente veja a redução de preços”, pontua.
O cenário econômico também não é dos melhores, o que colabora com novos reajustes. Segundo Márcio, a moeda brasileira tem perdido cada vez mais seu valor diminuindo o poder de compra do brasileiro, que acaba sofrendo com altas constantes, não apenas no combustível.
O cenário sem uma moeda forte, não é nada bom. “O que a gente pode perceber é que o poder de compra do brasileiro perdeu o valor. Não é a gasolina que esteja cara, os produtos que estejam caros. É a renda do brasileiro que caiu muito porque todos os produtos estão vinculados ao dólar, de um modo geral, os commodities… o arroz, a soja, o combustível, uma série de produtos estão vinculados ao dólar. Isso é uma situação que é muito difícil e que o país precisa resolver. Precisamos ter condições de ter nossa moeda mais forte, temos de ter as condições econômicas para que isso possa se tornar realidade”, destaca.
“Todos os produtos estão caros”
O cenário econômico também não é dos melhores, o que colabora com novos reajustes. Segundo Márcio, a moeda brasileira tem perdido cada vez mais seu valor diminuindo o poder de compra do brasileiro, que acaba sofrendo com altas constantes, não apenas no combustível.
O cenário sem uma moeda forte, não é nada bom. “O que a gente pode perceber é que o poder de compra do brasileiro perdeu o valor. Não é a gasolina que esteja cara, os produtos que estejam caros. É a renda do brasileiro que caiu muito porque todos os produtos estão vinculados ao dólar, de um modo geral, os commodities… o arroz, a soja, o combustível, uma série de produtos estão vinculados ao dólar. Isso é uma situação que é muito difícil e que o país precisa resolver. Precisamos ter condições de ter nossa moeda mais forte, temos de ter as condições econômicas para que isso possa se tornar realidade”, destaca.
“Ruim para todos”
Márcio afirma que há uma impressão equivocada do consumidor quando vê o alto preço do combustível. “Há aquela visão que o proprietário do posto está ganhando muito”, explicou. Segundo o presidente da entidade, isso não procede. “O dono do estabelecimento ganha pelo giro. Quanto mais as pessoas abastecem, mais ele ganha. Com um preço alto, abastecem menos”, destaca.
É ruim até para quem não tem veículo para dirigir. “Tendo veículo ou não, o transporte de tudo é feito por rodovias, e depende do consumo de combustível, e quando o combustível sobe todos os produtos são impactados. É muito ruim para toda a sociedade e inclusive para os proprietários de postos”, destaca.
Altas constantes
O Brasil vive constantes reajustes em 2021. O litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 41% desde o início do ano. Já o diesel subiu 34% no mesmo período e o gás de cozinha também ficou mais caro.
Em Goiânia, nesta terça-feira (02/03) o litro da gasolina pode ser encontrado por até R$ 7,59 em Goiânia, que por sinal já tem o valor mais alto que a média nacional. Um levantamento feito ontem (02) pela Revista Quatro Rodas prevê que o preço médio da gasolina poderá chegar a R$ 5,60.
A Petrobras anunciou hoje (01) um novo aumento nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de botijão vendidos nas refinarias. A partir de amanhã (02/03), a gasolina ficará 4,8% mais cara, ou seja, R$ 0,12 por litro. Com isso, o combustível será vendido às distribuidoras por R$ 2,60 por litro.
Bolsonaro tem desafiado governadores a baixar o ICMS
O presidente da República, Jair Bolsonaro tem desafiado, nos veículos de comunicação, eventos e redes sociais, os governadores a baixarem o ICMS numa tentativa para forçar o preço dos combustíveis. “Eu topo zerar todos os impostos federais dos combustíveis. Eu topo. Se os governadores fizerem a mesma coisa, eu topo”, disse Bolsonaro em janeiro numa entrevista ao jornalista José Luiz Datena.
Ele pontuou que chefes de Executivos estaduais estavam elevando a carga tributária. “Tem governador que está aumentando ICMS. Quando você aumenta ICMS de combustível, reflete em tudo. Tudo tem frete em cima disso aí”, afirmou.
O presidente do Sindiposto contesta. “É bom deixar claro que a política de impostos do Estado, por exemplo, não mudou. Não é ela o causador dos aumentos, ela tá seguindo ali o percentual de ICMS é o mesmo há anos em Goiás, sem alteração. Então, não podemos jogar a culpa no ICMS”, relata.