Paulo Moura, publicitário pernambucano que acaba de assumir o marketing da pré-candidatura do prefeito Rogério Cruz à reeleição, fez uma comparação entre o prefeito e outros nomes já no páreo pela Prefeitura de Goiânia e disse que, apesar da máquina pública, ele fica em certa desvantagem porque está no cargo. Nesta sexta-feira (19), Moura reuniu um grupo de jornalistas dos meios de comunicação de Goiânia e analisou o cenário que assumiu e o que tem pela frente.
“A máquina, que aparentemente traz força, traz demandas, responsabilidades que nenhum outro candidato tem obrigação e comprometimento de fazer. Então, são estratégias diferentes”, avaliou.
Depois, reforçou: “Meu cliente [o prefeito] não é da oposição. Se meu cliente fosse da oposição, estaria descompromissado com a situação atual. E só poderia fazer críticas e promessas futuras. O meu cliente não. Inclusive, dos que estão aí, todos estão fazendo campanha e o meu tá cuidando da cidade”.
Ele prosseguiu enfatizando que o foco do prefeito está na gestão. “Meu candidato hoje é o que tem o maior apoio em partidos. Está negociando outros apoios, está consciente dos desafios que tem nas entregas enquanto gestor. O foco dele hoje, enquanto pré-candidato, é ser gestor. O foco dele não é fazer campanha. Muitas vezes é interpretado como fazer campanha, mas, na verdade, está preocupado com a gestão da cidade”.
Rejeição “natural” agora
O marqueteiro voltou a falar sobre a rejeição de Rogério Cruz e disse que ainda está analisando o potencial disso. “A gente está mergulhado há dez dias na leitura desse cenário. Então, [não é] chegar e dizer algo que ainda não concluí. Estou falando sobre percepção. Não estou falando sobre o que eu já fiz. Estou falando sobre o que todo mundo já sabe. Se me pedem para comentar sobre a rejeição do meu candidato, eu vou falar sobre a rejeição dele”, sublinhou.
Pesquisas divulgadas recentemente citam que o atual prefeito oscila com rejeição de 30% e 40% entre eleitores consultados. “Comento a rejeição de dois dígitos do candidato Rogério com muita naturalidade. Não é fazer um descaso. É com naturalidade. Com a responsabilidade de mergulhar para entender a fundo qual é [essa rejeição] e quais os motivos dela. É essa avaliação que a gente está querendo entender”.
Para Moura, é natural que nesse momento se dê uma rejeição. “Não analisamos a quantidade dessa rejeição. É o sentimento dessa rejeição que estamos tentando traduzir. É de decepção? Vou dar alguns exemplos: é um sentimento de desapontamento, raiva? Cada um deles tem um motivo. Em qual área? É mais na região Noroeste? E por que na região Noroeste? Eu preciso entender isso”, explica ele.
Marqueteiro trabalha com dado de 40% sem candidato ainda
Além disso, sustenta, a estratégia é cruzar as informações sobre rejeição com outros indicadores. “Se eu falo sobre amostra, pesquisa, qual o percentual de gente que já escolheu seu candidato? É um filtro importante. Se tem uma população com um x de eleitores, e apenas um percentual dessa quantidade já escolheu em quem vai votar, isso não representa o todo. Representa a amostra. Então, não se pode generalizar, todo mundo aqui. Precisa entender quantos deles já sabem em quem vão votar. Já foi feito isso?”, questionou.
Perguntado pelo editor-chefe do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares, se ele já sabe quantos não escolheram candidato ainda nessas apurações que Moura conhece, ele respondeu que em alguns estudos “mais de 40% não escolheram ainda em quem vão votar”.
Na avaliação do marqueteiro, o eleitor não está focado na eleição ainda. “A pauta dessas escolhas para a sociedade comum é desemprego, é como ele vai fazer para ser atendido em tal lugar. Na pauta de eleições, estamos nós que trabalhamos com isso. A eleição não é agora, é em agosto e setembro. No período eleitoral, esse debate, obviamente, vai ser muito mais presente no dia a dia, no cotidiano das pessoas.
Perfil desejado e pesquisa
O momento agora em relação a Rogério Cruz, avalia Moura, é de apurar qual é o perfil desejado, o tipo ideal de prefeito que o goianiense quer para os próximos quatro anos.
“É uma informação que a gente coleta através da pesquisa qualitativa. Depois disso, a gente também tem uma avaliação de imagem do nosso cliente. Primeiro eu analiso o cliente. Colho os atributos, potencialidades, capacidade de comunicação verbal e não verbal, uma série de indicadores e cruzo com esse perfil ideal. Então faço o cruzamento disso e vou ter um extrato, onde eu vou identificar aquilo que meu candidato já tem e o que ele não tem”, detalhou.
Preocupação em não criar personagem é citada novamente
Como já fez em outras entrevistas, Paulo Moura disse que combinou com Rogério Cruz que não será criado um “personagem” fora dos atributos reais do atual prefeito. “Aquilo que nos for apontado como um perfil desejável, e que eventualmente meu cliente não se enquadre, vamos assumir. Vamos assumir a eventual ausência desse atributo. Vamos assumir nossas fraquezas e apresentar nossas potencialidades para a população”, promete ele.
Um dos atributos que Moura enxerga no prefeito é “uma facilidade grande no trato com as pessoas”. Diante da observação de que a oposição fala sobre o perfil de gestor de Rogério Cruz como antítese a isso, ele rebateu: “A oposição faz o papel dela, algumas vezes de forma incompetente. Oposição tem que criticar e dizer como faria, mas não tem as responsabilidades das entregas diárias. Essa situação da oposição ficar falando mal, a gente está tratando, mas temos clareza de que o papel deles é criticar mesmo. A semântica da oposição é mudança, mas você só muda dizendo: isso está errado, se eu estivesse no lugar dele eu faria assim”, alfinetou.
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