A secretária de Estado da Educação de Goiás, Fátima Gavioli, afirmou em entrevista ao editor-chefe Diário de Goiás, Altair Tavares, que o próximo concurso público para professores da SEDUC-GO deve ocorrer apenas na gestão que sucederá o atual governo. Segundo ela, o certame em vigor, que previa o chamamento de 5.050 profissionais, está em fase final, com previsão de conclusão até março de 2026.
“Estamos encerrando o concurso de 5.050 pessoas. É possível que até novembro ou dezembro (de 2025) eu já tenha feito o chamamento dos últimos aprovados e, até janeiro, consiga convocar o cadastro de reserva nas localidades onde não apareceu o titular da vaga”, detalhou a secretária.
Fátima explicou que a convocação do cadastro de reserva será pontual, apenas onde houver vacância real. “Por exemplo, em Catalão tínhamos duas vagas para geografia, chamei duas pessoas e só uma compareceu. Neste caso, chamaremos o próximo colocado daquela região (do cadastro de reserva)”, pontuou.
Critério de qualidade
A secretária ressaltou que a política de concursos da SEDUC-GO considera o desempenho dos aprovados como critério de qualidade. “Quando a pessoa tem nota menor que 7, encerramos aquele concurso e fazemos um novo. O ideal é chamar quem teve nota 9, 8, até 7. Acreditamos que esse professor tem mais preparo para atuar na rede pública”, afirmou.
Ela defendeu a realização de concursos menores e frequentes como modelo mais eficaz, futuramente. “Prefiro fazer concursos pequenos, com mil vagas, chamar e encerrar. Assim, eu sempre terei os melhores dos melhores dentro da rede”, argumentou.
Contratos ainda serão necessários
Apesar da substituição de parte dos contratos temporários com a chegada dos efetivos, a secretária Fátima admite que o governo de Goiás ainda dependerá de professores contratados, principalmente em regiões de difícil acesso ou para cobrir licenças e afastamentos. “Hoje, não é possível acabar com os contratos. A rede deve continuar com, no mínimo, 30% e, no máximo, 40% de professores contratados”, explicou.
A titular da Educação lembrou que, em 2019, os contratos chegavam a 68% da força de trabalho da pasta. Hoje, esse índice é significativamente menor, reflexo da contratação via concurso público. “Mesmo assim, há efetivos que tomaram posse em regiões distantes e já pediram para sair. Quem vai ficar nesses locais é o contratado”, acrescentou.
Redução da demanda e visão de futuro
Outro ponto levantado por Gavioli é o impacto da queda na taxa de natalidade no sistema educacional goiano. “Temos, a cada ano, uma redução de 8% a 9% no número de alunos. Isso gera um desafio, pois fazemos concurso, mas em alguns municípios já não há modulação para todos os aprovados”, alertou.
A secretária prevê mudanças estruturais no uso das unidades escolares no futuro. “É possível que, daqui a 10 anos, algumas dessas escolas que estamos inaugurando agora se transformem em creches para idosos. O país está envelhecendo rapidamente”, afirmou ela numa previsão do que pode entrar em debate e propostas para o futuro da rede.
Ela ainda defendeu a criação de espaços para o acolhimento e convívio social de pessoas idosas. “Minha mãe é viúva, gosta de música, de conversar. Seria muito bom se tivéssemos um lugar onde os filhos pudessem deixá-los durante o dia com atividades, alimentação, companhia. Essa será uma demanda real do futuro”, destacou.
Concursos no futuro
Sobre o futuro da política de concursos na Educação, Gavioli foi categórica: “Essa será uma decisão do próximo governo. Como minha gestão deve ir até março de 2026, espero concluir este concurso atual até lá. A continuidade dessa política pública dependerá de quem vier (Após a eleição de 2026)”, afirmou.
Ela reiterou, no entanto, que sua expectativa é de continuidade. “Se Deus quiser, será o nosso governador Daniel”, disse, referindo-se ao vice-governador Daniel Vilela, pré-candidato à sucessão de Ronaldo Caiado.
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