O líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), disse nesta terça-feira (5) que uma eventual nova denúncia contra o presidente Michel Temer chegará “enfraquecida” à Câmara.
“A denúncia chega enfraquecida a não ser que haja um fato novo que seja de grande relevância”, disse.
A fala ocorre um dia depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abrir uma investigação para verificar indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no processo de negociação do acordo de delação premiada do grupo JBS. Janot disse, inclusive, que a colaboração poderá ser cancelada.
Em entrevista coletiva, Janot disse ter recebido diálogos entre os delatores que foram gravados acidentalmente e entregues por eles ao Ministério Público. As conversas levantam suspeitas sobre o processo de negociação das delações.
“Esse áudio de ontem [segunda] nos dá certeza de que todo nosso posicionamento era correto. Era extremamente correto, nós tínhamos uma linha correta, diferentemente da PGR. Nós, em todo momento, levantávamos suspeitas em relação às gravações”, afirmou Moura.
O líder do governo disse ainda que não é possível existir “dois pesos e duas medidas” sobre as suspeitas. “Para essa gravação que envolve o Ministério Público e o Judiciário tem uma dúvida, mas não tem dúvida para aquilo que utilizam de prova contra o presidente da República?”, indagou.
Por último, Moura disse que a Câmara agiu de forma “correta” ao rejeitar a denúncia por corrupção passiva contra Temer, no início de agosto. “O parlamentarismo agiu de forma correta ao rejeitar uma denúncia que por si só não se sustentava. E a prova maior nós tivemos no dia de ontem.” (Folhapress)
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