07 de agosto de 2024
Decisão

Nova Constituição rejeitada por chilenos representa derrota do governo; entenda

Processo para que se chegasse ao referendo começou em 2019, após onda de manifestações. Placar ficou de 62% pela reprovação e 38% pela aprovação
Com o resultado da votação, texto da época da ditadura de Pinochet continuará em vigor. (Foto: reprodução)
Com o resultado da votação, texto da época da ditadura de Pinochet continuará em vigor. (Foto: reprodução)

Os chilenos votaram em plebiscito neste domingo (4) a proposta de uma nova Constituição para o país. Mas mesmo com a onda de manifestações vindas desde 2019, quando processo começou, a população rejeitou por 62% a 32% o documento. Agora, continuará válida a Carta em vigor da época da ditadura de Augusto Pinochet (1915-2006), governo que durou de 1973 a 1980. O texto promulgado pelo ditador é a base para políticas econômicas dadas como liberais.

Já a proposta derrotada neste domingo fornecia uma economia de mercado, mas descrevia o Chile como um “Estado social e democrático de direito”, que proveria bens e serviços para assegurar os direitos da população. Mas, com a perda, o presidente Gabriel Boric convocou uma reunião com todos os partidos nesta segunda-feira (5) e depois se manifestou dizendo que “a democracia sai mais robusta”. Segundo ele, “é preciso escutar a voz do povo, devemos ser autocríticos”.

Mesmo com as palavras ditas pelo presidente e de ele não ter apoiado abertamente a aprovação do documento, a rejeição à nova Constituição é uma derrota também do governo de esquerda de Boric, que está com pouco mais de cinco meses de mandato.

De acordo com reportagem do G1, pontos que foram considerados polêmicas pelos chilenos para decidir pela rejeição ao projeto foram o Fim do Senado, sistemas de Justiça indígenas, igualdade de gênero (mulheres ocupando pelo menos 50% dos cargos nos poderes e órgãos do Estado), aborto (novo texto incluía direito à interrupção voluntária da gravidez), plano de saúde e aposentadorias (a proposta criaria um Sistema de Previdência Social público, financiado por trabalhadores e empregadores).


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