O governo da Indonésia anunciou nesta semana um pacote de incentivos para a construção da nova capital do país, prevista para substituir Jacarta em 2024. Sim, eles irão construir uma cidade do zero, que inclusive tem quase o dobro do tamanho do território de São Paulo capital, em menos de dois anos. O nome da metrópoles será Nusantara, que significa “arquipélago” em antigo termo javanês, ficará na região norte do país, na ilha de Bornéu.
De acordo com informações divulgadas pelo portal EuroNews, a nova capital é o principal projeto do presidente Joko Widodo e vai custar cerca de US$ 32 bilhões. O país, que é o quarto mais populoso do mundo, terá, agora, segundo oficiais do governo, uma capital “cidade florestal mega sustentável e inteligente” e promete zero emissão de carbono até 2045.
Além disso, foi divulgado que penas 20% do custo das obras da capital serão financiados pelo Estado, ou seja, que sairá do bolso dos contribuintes do país. O resto, ou seja, cerca de US$ 25,6 bilhões serão pagos pelo setor privado.
Uma das formas de atrair o mercado foi o conjunto de ações que abrangem uma política de isenção fiscal de 10 a 30 anos para empresas que investirem pelo menos 10 bilhões de rupias (equivalente a pouco mais de US$ 575 mil) na construção da cidade, cortes de impostos para corporações que se instalem em sua zona financeira e concessão de terras por 95 anos, prorrogáveis pelo mesmo período. De acordo com o The New York Times, centenas de empresas nacionais e estrangeiras, incluindo da Malásia, China e Estados Unidos, já demonstraram interesse nas propostas.
Enquanto isso, mais de 7 mil trabalhadores já constroem a futura capital, que contará com o novo palácio presidencial. A expectativa é de que o palácio, um gabinete presidencial, uma praça e quatro edifícios ministeriais estejam prontos até agosto de 2024, quando a Indonésia comemora 79 anos de independência.
A justificativa pela construção da cidade, além de ser sustentável e inteligente, é que Jacarta, a atual capital da Indonésia, está superlotada – 10 milhões de habitantes – e poluída, além de estar afundando rapidamente e ser propensa a terremotos. Especialistas afirmaram que até 2050 um terço da cidade poderá estar submersa. A novidade, porém, está longe de ser algo totalmente bom ou com consenso de todos, já que pelo menos cinco aldeias com mais de cem indígenas estão sendo realocadas por causa da construção, gerando certas polêmicas.