A gestão do meio-ambiente no governo Bolsonaro, administrada pelo ministro Ricardo Salles (Novo-SP) vem fazendo algumas mudanças radicais em toda a pasta. De janeiro para cá, ocorreram exonerações em série, conselhos forma extintos e uma outra leva de desmontes na estrutura e políticas ambientais. Na quinta-feira (18/04) Salles acabou exonerando o diretor de planejamento do Ibama, Luiz Eduardo Nunes, servidor de carreira no órgão federal. O objetivo de Ricardo é acabar com o “arcabouço ideológico” existente no setor. Paralelo a isso apenas para ter como base, o governo Bolsonaro apenas nos primeiros cem dias de sua gestão, liberou 152 novos agrotóxicos, dos quais 44% são alta ou extremamente tóxicos e 28% são proibidos na União Européia. Todas essas mudanças denotam uma proximidade da pasta do meio-ambiente com os ruralistas. O Partido Verde (PV), conhecido por lutar desde a sua fundação em causas ambientais, fez um posicionamento contundente em relação as políticas ambientais adotadas por Ricardo Salles e Jair Bolsonaro ao longo desse primeiro trimestre de gestão.
O Partido relembra as pautas amplamente debatidas e que foram bandeiras da campanha de Bolsonaro nas últimas eleições. Não que fosse menos importante, o presidente eleito se agarrou apenas às “questões morais e a pauta da violência”. Outros assuntos fundamentais eram deixados de lado. “A pauta ambiental foi um exemplo”, cita.
Por outro lado, o Partido Verde, procurou juntar a “outras vozes para para alertar sobre o retrocesso que se avizinhava.” O atual desmonte dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental era uma pedra cantada, segundo a nota publicada. Para o PV, crescimento eleitoral da bancada ruralista também levou ao Congresso “bojos radicais que combatem o meio-ambiente. O aumento da área para a pecuária e para a agricultura extensiva passou a ser política de governo. A valorização da exportação de commodities passou a ser uma causa. Diminuir reservas ambientais e explorar terras indígenas virou objetivo.”, ressaltou.
O Partido alerta que o fechamento sem nenhum estudo ou pesquisa, de órgãos e agências de fiscalização; a alteração na legislação ambiental; “propagam a riqueza para justificar a destruição, poluem e secam nossas águas”.
O posicionamento contundente termina afirmando que irá combater a “ganância e a insensatez” e mostrando que é possível “produzir em harmonia com o meio ambiente, com sustentabilidade”. O debate será dentro do Congresso em busca de um meio-ambiente produtivo, porém justo. “No Congresso vamos nos juntar a outras vozes e denunciar os crimes ambientais patrocinados pelo Estado. Participaremos de fóruns nacionais e internacionais para evitar o desmonte. Todos os nossos canais de comunicação vão ser utilizados para alertar sempre os ataques irresponsáveis e nocivos à natureza. Gritaremos para proteger nossas águas, nossos bichos, nossa vida. E vamos contar sempre com uma aliada fundamental: a própria natureza, que reage com fúria por causa das perdas. É um recado para tentar evitar o pior.”