Brasília – A nona fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 5, foi batizada pela Policia Federal de “My Way” (Meu Jeito), em referência a como um dos delatores do esquema, Pedro Barusco, se referia ao ex-diretor da Petrobras na área de Serviços, Renato Duque, acusado de participar do esquema de corrupção na empresa.
As informações de Barusco sobre o esquema de corrupção na diretoria de Duque somadas à de uma nova testemunha ligada a uma fornecedora da petroleira foram fundamentais para a investigação iniciada nesta nova fase. Apesar da homenagem, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que Duque não é alvo dos mandados cumpridos hoje
Um dos maiores sucessos de Frank Sinatra, a música “My Way” (Meu Jeito) parece ser a crônica, transposta para versos, da Operação Lava Jato. Na primeira estrofe, a canção anuncia: “E agora o fim está próximo / E eu encaro a cortina final”.
A música também evoca uma das principais características da Lava Jato, marcada por inúmeras delações premiadas: “Arrependimentos, eu tive alguns”, cantou Sinatra. “Teve horas / Eu tenho certeza de que você sabe / Quando eu mordi mais do que podia mastigar”, prossegue “My way”, composta por Paul Anka, Jacques Reveaux e Claude François.
Delator
Pedro Barusco era gerente-executivo da Diretoria de Serviços, espécie de número dois do ex-diretor Renato Duque. No decorrer das investigações, Barusco fez delação premiada e concordou em devolver US$ 100 milhões, desviados por meio do esquema de corrupção na Petrobras.
O ex-gerente confessou ter recebido propina em mais de 60 contratos da estatal, juntamente com Duque, entre eles os firmados com grandes empreiteiras que tocavam obras de refinarias. Das comissões recebidas, US$ 22 milhões seriam provenientes da SBM Offshore, empresa holandesa que aluga plataformas e tem negócios de US$ 27 bilhões com a companhia petrolífera.
Nos relatórios internos da Petrobras, concluídos em novembro, Barusco e Duque são responsabilizados por diversas irregularidades em obras, entre elas a elevação dos custos da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo orçamento saltou de cerca de R$ 4 bilhões para R$ 24 bilhões. Parte do superfaturamento alimentou o esquema de corrupção, segundo a Lava Jato.
(Estadão conteúdo)
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