31 de agosto de 2024
Estrutura de Governo

No último minuto e com apoio do Republicanos e PP, Câmara aprova MP dos Ministérios

A pauta interessava ao Governo que via a MP dos Ministérios de Lula caducar em caso de não ser aprovada até esta quinta-feira (1º)
Votação da MP dos Ministérios que estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República. (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Votação da MP dos Ministérios que estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República. (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (31/06) a MP dos Ministérios na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Partidos como o Republicanos (com 34 votos) e o PP (com 31), que não são considerados da base, entregaram votos expressivos para a aprovação. No fim, foram 337 deputados favoráveis e 125, contra.

A pauta interessava ao Governo que via a MP dos Ministérios de Lula caducar em caso de não ser aprovada até esta quinta-feira (1º). Como havia necessidade de também tramitar no Senado Federal, ontem (31) foi o último dia para a Câmara apreciar a matéria, em meio a críticas de parlamentares alegando falta de diálogo dos ministros que fazem o relacionamento e interlocução política do Governo.

Em seguida, os deputados acataram destaque apresentado pelo PL, pela recriação da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). A medida teve apoio do governo, conforme anunciado pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Os demais destaques foram rejeitados. 

A MP segue para apreciação do Senado e precisa ser aprovada até meia-noite de quinta-feira (1º), ou perderá a validade.

Os deputados federais aprovaram o texto-base elaborado pelo deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), relator na comissão mista que analisou a MP. O relatório trouxe mudanças nas funções de alguns ministérios, alterando a proposta original apresentada pelo governo federal.

Em mais de duas horas, os parlamentares se posicionaram a favor e contra a MP. Os favoráveis argumentaram que o atual governo tem direito a organizar a estrutura pública da forma que desejar. Os contrários manifestaram que a reestruturação representa o inchaço da Esplanada dos Ministérios, por prever a criação de 37 pastas, sendo 31 ministérios e seis órgãos com status de ministério.

Durante todo o dia, o governo Lula mobilizou-se para a aprovação mais rápida da MP na Câmara. No início da noite, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a falta de articulação do governo com o tema e chegou a colocar em dúvida se a votação ocorreria.

Como fica MP dos Ministérios

O parecer do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) alterou diversas competências das pastas, sendo os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI) os mais afetados.

Entre as mudanças no Ministério do Meio Ambiente, foi retirada da pasta a Agência Nacional de Águas (ANA), passando a supervisão do órgão ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Já o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um cadastro eletrônico obrigatório a todas as propriedades e posses rurais, é transferido para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

O MMA também perdeu o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Os três sistemas serão de responsabilidade do Ministério das Cidades.

O Ministério dos Povos Indígenas deixará de cuidar da homologação de terras de povos originários, devolvida à pasta da Justiça e Segurança Pública.

Além disso, houve a redistribuição de atribuições da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que passou a ser vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao qual a companhia pertencia antes.

Pelo texto aprovado, o Mapa ficará responsável pela garantia de preços mínimos, à exceção dos produtos da sociobiodiversidade, e as ações sobre comercialização, abastecimento e armazenagem de produtos, bem como o tratamento das informações relativas aos sistemas agrícolas e pecuários.


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