A paralisação de professores e trabalhadores da educação chegou ao quarto dia nesta sexta-feira (18/03) com a presidente do Sintego e advogados do sindicato em reunião com membros do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). Na porta do órgão, muita manifestação e os grevistas seguem lutando pelo reajuste do piso linear em 33,23% para os professores, além do pagamento das data-bases que estão atrasadas desde 2020. A Prefeitura havia feito uma proposta que contemplava apenas os professores em início de carreira.
“Nós fomos ao Ministério Público buscando o apoio do MP para o cumprimento e seu papel que é zelar pelo cumprimento das leis. E como o MP não está cumprindo a lei da data-base estivemos fazendo uma representação ao MP”, disse a presidente do Sintego, Bia de Lima em entrevista ao Diário de Goiás. De acordo com Lima, a intermediação do órgão será fundamental para o desfecho grevista. A greve foi deflagrada na última terça-feira (15/03)
“Vamos conversar até mesmo com o procurador-geral justamente porque nós queremos que o MP ajude a resolver essa questão e para que a greve não perdure de forma demasiada, porque nós não queremos entrar em greve, nós não queremos ter problema a dar uma educação de qualidade para as crianças e estudantes”, pontuou. De acordo com Bia, Cruz tem demorado para apresentar uma proposta aos servidores da educação. “Estamos buscando através desse diálogo fazer com que outros atores entrem no circuito para ajudar a resolver o impasse e nesse sentido vamos buscar todos os representantes legais da sociedade”, salientou.
De acordo com Lima, desde que a greve foi deflagrada houveram novas conversas, sem que houvesse acordo com o movimento. “Nós conversamos com o secretário [Wellington Bessa] mas não teve proposta concreta. Nós estamos buscando uma proposta concreta”, pontuou.
Vídeo expõe remuneração de professores
Desde ontem, um vídeo apócrifo crítico ao Sintego tem circulado nas redes sociais expondo nome e salários de professores da rede municipal de ensino. De acordo com Bia, trata-se de um ‘crime’ que não condiz com a verdade e que o Sindicato vai tomar providências cabíveis.
“Primeiramente o secretário [Wellington Bessa] me ligou, pedindo desculpas dizendo que não era de origem da Prefeitura e deu um tiro no dedão do pé. Nós vamos tomar todas as providências cabíveis diante do fato. Inclusive, temos muitas questões já na mesa. Já sabemos como vamos reagir a esse tipo de atitude que eu disse ao secretário que aquele tipo de postura não condiz com a verdade, tenta mais desgastar as pessoas, diminuindo a luta. Isso não resolverá em nada”, pontuou. As pessoas citadas no vídeo irão receber o devido apoio jurídico, garante.
“Estamos tomando as medidas cabíveis e já oferecemos os advogados do Sintego para representar em favor dos professores que tiveram os nomes expostos e vamos buscar as devidas reparações criminais. Isso foi um crime. Nós tentamos descobrir efetivamente o que originou o vídeo e vamos trabalhar mantendo o foco na greve mas também defendendo dignamente as pessoas que foram colocadas nesse vídeo apócrifo”, destaca.
Com a palavra, a Secretaria Municipal de Educação
Por meio de nota a Secretaria Municipal de Educação repudiou o que chamou de “ataque aos servidores administrativos, professores e sindicato que representa os profissionais da Educação”. Também destacou que defende e está aberta ao diálogo com os envolvidos na greve. “A pasta defende o diálogo e a liberdade de expressão e reconhece o direito legítimo de todos à manifestação e adesão à greve, mesmo entendendo que o diálogo é o melhor caminho para a solução dos desafios e das demandas apresentadas pelos servidores públicos”, pontuou. Na última quarta-feira (16), o titular da pasta havia dito que a greve era ilegal e que a Prefeitura estudava ir à Justiça impedir a paralisação.
Veja a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação (SME) repudia veementemente qualquer manifestação de ataque aos servidores administrativos, professores e sindicato que representa os profissionais da Educação.
A pasta defende o diálogo e a liberdade de expressão e reconhece o direito legítimo de todos à manifestação e adesão à grave, mesmo entendendo que o diálogo é o melhor caminho para a solução dos desafios e das demandas apresentadas pelos servidores públicos.
Além disso, a SME Goiânia reforça que segue aberta ao diálogo e que trabalha para valorizar os profissionais conforme a realidade orçamentária do município. O objetivo de todos, gestores e profissionais, continua sendo garantir uma educação de qualidade para todos os mais de 110 mil estudantes matriculados na rede municipal de ensino.
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