24 de novembro de 2024
Destaque 2

No Paraná, médico infectologista é espancado por defender lockdown

Ao apresentar números e estatísticas em torno da situação da covid-19 no Paraná e defender o lockdown, médico foi espancado (Foto: Reprodução/Instagram)
Ao apresentar números e estatísticas em torno da situação da covid-19 no Paraná e defender o lockdown, médico foi espancado (Foto: Reprodução/Instagram)

Olho roxo púrpura, lábios inchados, semblante cabisbaixo… O médico infectologista José Eduardo Panini publicou uma foto com essas características nesta segunda-feira (01/03). O motivo? Ter defendido o lockdown no Estado do Paraná.

O relato foi feito no fim desta tarde. O médico que atua no enfrentamento à covid-19 desde o início da pandemia disse que a agressão aconteceu na sexta. “Após horas de reunião para determinar o que seria ou não fechado, baseado num Decreto do Estado do Paraná”, iniciou o texto. “Já deixo claro, que baseado nos números não há mais nada a fazer, senão as coisas só piorarão”, destacou.

Ao explicar a realidade por trás dos números, pontuou que recebeu como resposta “chutes e socos” por pessoas que “ajudaram a situação chegar onde está”.

“Ao alertar os riscos a pessoas conhecidas, a resposta que me foi dada foram chutes e socos, enquanto um me segurava o outro me agredia. Enfim, pessoas assim ajudaram a situação chegar onde está!”, destacou.

O médico disse que apesar da agressão, não sentia-se desanimado e aguardava lampejos de um futuro bom. “O desânimo não vem! E junto com eles temos muita coisa boa, progresso, vacinas e tudo que vai fazer sairmos dessa pandemia! E aos trabalhadores da saúde muita força!”

Panini é formado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná e infectologista com residência médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP. Também é especialista em infectologia pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e foi professor do curso de medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR) no campus Toledo.

O governo paranaense anunciou na sexta o fechamento dos serviços não essenciais até o dia 8 de março. O novo decreto também estipula uma espécie de toque de recolher eproíbe a circulação de pessoas em espaços públicos entre 20h e 5h. As medidas foram tomadas após o aumento expressivo de casos de Covid-19 no estado e da alta ocupação de leitos de UTI da rede pública, acima de 90%.


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