19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:44

No monitoramento a Eike, MPF identificou ‘jato suspeito’ nos EUA

O monitoramento feito pelas autoridades brasileiras para evitar uma eventual fuga do empresário Eike Batista detectou um jato particular que apresentava “plano de voo suspeito”.

Eike foi monitorado por policiais federais em Nova York e agentes norte-americanos. A mobilização só foi concluída quando a porta do avião foi fechada e a lista de passageiros, conferida.

O empresário foi preso ao desembarcar no Brasil na manhã desta segunda-feira (30) e levado para o presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Ele é suspeito de pagar uma propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral.

“Procuradores no Rio e na Procuradoria Geral da República (PGR) checaram planos de voo de vários jatos brasileiros que poderiam estar nos Estados Unidos e auxiliar numa fuga, em especial um que partiu na mesma data do voo de saída do Rio e teve um plano de voo suspeito”, afirmou a procuradoria em nota.

A preocupação com o empresário era acentuada porque ele também tem nacionalidade alemã. Se conseguisse chegar ao país europeu, a extradição seria dificultada.

O monitoramento era importante porque, segundo o MPF, “o mandado de prisão com difusão vermelha da Interpol não é suficiente para prisão nos EUA”.

A PGR já tinha pronto um pedido de prisão preventiva a ser traduzido, com declaração juramentada, para que uma eventual detenção por agentes norte-americanos pudesse ser efetuada.

“O retorno voluntário antecipou uma prisão que seria inevitável aqui ou nos Estados Unidos, e essa custodia se mostra necessária no momento para garantia da ordem pública e da instrução criminal”, afirmou na nota o procurador regional da República José Augusto Vagos, da Força-tarefa Lava Jato no Rio.

A procuradoria voltou a negar que negociou condições para o retorno de Eike. A defesa do empresário queria garantir que ele ficasse num presídio seguro. O Ary Franco está superlotado e seu fechamento já foi solicitado pela ONU e pela Defensoria Pública.

(Folhapress)

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