O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que faz campanha para retornar ao Palácio da Alvorada, em Brasília, reconheceu nesta quinta-feira (25/08) que sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) cometeu erros cruciais durante o segundo mandato, mas também jogou a responsabilidade sobre sua queda em dois inimigos políticos: o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (hoje no PTB) e o ex-senador Aécio Neves do PSDB.
A declaração foi feita em sabatina aos jornalistas Willian Bonner e Renata Vasconcellos, no Jornal Nacional. Lula era indagado pelos apresentadores sobre a influência que teria tido sob as gestões tocadas pela ex-presidente e também sobre a falta de traquejo político que a ex-Chefe da Casa Civil teria tido durante sua gestão no Palácio da Alvorada.
“Eu acho que ela cometeu equívocos na questão da gasolina, ela sabe que eu penso isso. Acho que cometeram equívocos na hora que fizeram 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal de 2011 a 2040 e acho que quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela”, destacou antes de começar a falar de Cunha e Neves.
De acordo com Lula, a dupla não permitiu que uma Medida Provisória avançasse no parlamento brasilerio permitindo a sobrevivência do governo petista, algo que aconteceu anos antes num contexto parecido à quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) enfrentou crises.
“Ela mandou Medida Provisória para mudar. Como aconteceu com o FHC. Quando o FHC teve o segundo mandato ele mandou medida para poder evitar que o Brasil quebrasse e tinha como presidente da Câmara o Temer que ajudou a aprovar as coisas. Não trabalhou contra e o presidente da Câmara, da Dilma, trabalhou contra o tempo inteiro contra a Dilma”, salientou.
Antes de fazer a avaliação, no entanto, Lula foi só elogios a sua sucessora: “O que que quero dizer para você: primeiro que a Dilma é uma das pessoas que eu tenho mais profundo respeito pela competência e ajuda que ela deu quando ela chefe da Casa Cívil. A Dilma fez um primeiro mandato extraordinário. A crise internacional se agravou e mesmo assim ela se endividou para manter as políticas sociais e manter o emprego em 4,5% que foi o menor desemprego que tivemos na história deste país. Era como se fosse padrão Noruega, padrão Holandês”, pontuou.
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