Se você assistiu irá se identificar com alguns elementos desta notícia. Caso não, coloque em sua agenda e assista Narcos: México, disponível no serviço de streaming Netflix. A história é baseada em fatos reais e está centrada no Cartel de Guadalajara. Aqui, em Goiás, dadas as suas proporções, a Operação da Polícia Militar (PM) do Estado em investigação realizada por meio Comando de Operação de Divisas (COD) com sede em Goiânia, acabou descobrindo uma plantação de 9 mil pés de maconha na zona rural de Niquelândia, além de 3 toneladas do entorpecente já ressecados, embalados em sacos e prontos para a distribuição aos traficantes de todo o Estado, para venda e consumo. As informações são do portal Excelência Notícias.
Trata-se da maior apreensão desse tipo de droga em todo o Estado, nos últimos anos, segundo a corporação. Cada pé de maconha tem potencial suficiente para render até 1 quilo da droga prensada, de tal forma que o volume apreendido em Niquelândia poderia render um total de 12 toneladas de maconha, de acordo com o capitão Renylson Castanheira que chefiou o trabalho do COD na cidade do Norte do Estado entre a terça-feira (28/05) e a quarta-feira (29/05). “Nós estimamos que cada pé de maconha dada o tamanho dos pés que estão na região. Tem pés em diversos tamanhos, mas tem outros que estão bem grandes que vai gerar ai uma média de um quilo de maconha”, ressaltou.
De acordo com o capitão a ação mobilizou efetivo de 40 policiais em terra e um helicóptero da PM, que fez o sobrevoo da área plantada que equivale a aproximadamente 12 campos de futebol na região do Acaba Vida no encontro do Córrego Grande com o Rio Bagagem.
Segundo o oficial do COD, a denúncia da existência da vasta plantação de maconha em Niquelândia chegou ao Serviço de Inteligência da PM na capital através de um policial militar do DF, que estava na região à passeio, para pescar no Lago Serra da Mesa.
De imediato, conforme informou o militar em entrevista coletiva à imprensa local na manhã desta quinta-feira/30 na Delegacia da Polícia Civil de Niquelândia, a equipe do COD solicitou apoio logístico da PC e da PM local, dada a extensão da área do município e também pela dificuldade de acesso ao local onde se encontrava o cultivo dos pés da droga.
O militar confirmou que a equipe em serviço se deparou no local com oito homens, que seriam uma espécie de “olheiros” dos proprietários da droga. Um desses homens, de acordo com o capitão Castanheira, sacou um revólver e disparou contra os policiais, que revidaram e mataram o indivíduo. O corpo do traficante foi removido ao Instituto Médico Legal (IML) de Uruaçu, onde aguarda por identificação formal.
Tanto o capitão do COD como policiais civis de Niquelândia, que deram suporte à operação, ressaltaram que a abundância de água na região facilita a proliferação do “cultivo” dos pés de maconha. A escolha da localização pelos produtores foi estratégica. Segundo o capitão, a logística para chegar ao local tornava dificil a descoberta dos campos pelos policiais. “A dificuldade de acesso ao local”, ressaltou.
Nas fotos cedidas pelo comandante à imprensa, inclusive, é possível notar a existência de sistemas de irrigação construídos de forma totalmente improvisada afim de que a “plantação” prosperasse como qualquer outro tipo de arbusto convencional, encontrado na Natureza.
De acordo com o comandante do COD, Goiás não possui tradição em possuir extensas áreas para o cultivo dos pés de maconha propriamente ditos; e a droga que chega ao Estado, normalmente já prensada em tijolos, é oriunda do Paraguai.
SITUAÇÃO ABSOLUTAMENTE INÉDITA – “Foram encontrados pés da maconha em diversos tamanhos nessa área e, por isso, nós comunicamos imediatamente às autoridades locais dada a dificuldade que teríamos para encaminhar esse quantitativo de drogas aqui para a delegacia de Niquelândia. Com relação à parte da maconha que já está ressecada, comunicamos ao Grupamento Aéreo da PM para que possa nos auxiliar na retirada desse entorpecente, que também poderá ser incinerado no próprio local. Num primeiro momento, sabemos que essa organização criminosa seria composta por oito pessoas, no mínimo, com relação direta com o cultivo e o preparo (prensa) da maconha. Nós sabemos que também podem existir ‘chefões’ do tráfico que poderiam não estar naquele local no momento da nossa operação, mas ainda não é possível precisar isso. Para nós, que estamos lidando diariamente com apreensões de grandes quantidades de maconha, essa situação encontrada aqui em Niquelândia foi bastante ímpar. Normalmente, esses carregamentos de drogas vindos do Paraguai abastecem o mercado ilícito tráfico aqui em Goiás, no Distrito Federal; e outras regiões; através da fronteira do país vizinho com o Estado do Mato Grosso do Sul”, detalhou o comandante do COD, em entrevista ao jornalista Euclides Oliveira.
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