21 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:56

Não vou colocar OS na educação nem na saúde, diz Vanderlan

Pré-candidato Vanderlan Cardoso (PSB).
Pré-candidato Vanderlan Cardoso (PSB).

O pré-candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, afirmou, em entrevista à Rádio Vinha FM, que não é favorável à implantação de Organizações Sociais na Educação e na Saúde e que, se eleito, não irá colocar esse tipo de gestão no município.

“Eu não sou favorável, em primeiro lugar, a essa questão de OS na educação nem na saúde. Não vou. Nós resolvemos lá [em Senador Canedo]. Tem gente fechando escola para pegar OS na educação. Para. Não pode ser assim”, afirmou.

Para Vanderlan Cardoso, que é ex-prefeito de Senador Canedo, o município tem total condições de administrar a educação com orçamento de 25%. “Nós demos titularidade, ascensão, progressão para professores. Reformamos, ampliamos, organizamos escolas sem usar um ‘tustão’ de outras áreas, a não ser os 25% da educação. Esse negócio de dizer que não dá…”, ressaltou.

Leia parte da entrevista:

Samuel Straioto: Ouvinte pergunta qual sua proposta para a educação.

Vanderlan Cardoso: Eu não sou favorável, em primeiro lugar, a essa questão de OS’s na educação, nem na saúde.

Altair Tavares: Esse assunto você não vai levar para a Prefeitura?

Vanderlan Cardoso: Não vou. Nós resolvemos lá. Assumi um município em que os professores ganhavam R$ 494. A maioria deles já tinha direito a titularidade, ascensão, progressão e estava recebendo mixaria. As escolas caindo aos pedaços. Nós demos titularidade, ascensão, progressão para professores, pelo menos, para dar mais ânimo para ir para a sala de aula. Reformamos, ampliamos, organizamos as escolas sem usar um tustão de outras áreas, a não ser os 25% da educação, e fizemos isso em um ano. Agora, esse negócio de dizer que não dá… A educação tem 25% de orçamento. Fica terceirizando para iniciativa privada. Tem gente já fechado escola para pegar OS na educação. Para. Não pode ser assim. Mas agora teve uma coisa, eu chamei os profissionais da educação e falei “Vocês vão gerir o orçamento da educação. Vocês vão definir onde vai ser aplicado o orçamento”. Lógico que a palavra final era minha. Mas de 100 questões que eles traziam, talvez eu mudava cinco. Aí começaram as coisas a acontecer.  Um quilo de arroz comprava por R$ 2,75 e passaram a comprar por R$ 0,75.

Altair Tavares: Transporte, saúde, limpeza, iluminação estão entre as principais preocupações.

Vanderlan Cardoso: Porque esse é o básico. Limpeza, pintura de meio-fio, coleta de lixo, poda de árvore, cidade sem buraco, iluminada, isso é o básico.

Altair Tavares: Como o senhor faria para que a Comurg deixasse a cidade limpa?

Vanderlan Cardoso: Trabalhasse. Com planejamento. Lá tem pessoas boas, só que não tem planejamento. Goiânia tem quase 1,400 milhão de habitantes. Poda a árvore lá na região Noroeste, põe em cima do caminhão as galhadas, atravessa a cidade inteira e vem jogar aqui perto da divisa de Senador Canedo. Aí fica com um caminhão desse e dá, no máximo, duas viagens por dia, e se der. Com custo absurdo, porque é terceirizado. Nós vamos dividir Goiânia em pelo menos quatro regiões.

Altair Tavares: Seria o caso de terceirizar muito serviços da Comurg?

Vanderlan Cardoso: Esse negócio de terceirização você tem que ter muito cuidado. Eu administrei cinco anos e três meses uma cidade, que era suja, que tinha entulho para todo lado, e administrei com os funcionários da Prefeitura, e a cidade ficou um brinco. Lá não tinha esse negócio de entulho, de sujeira, entendeu? Esse negócio de terceirização é um negócio muito bonito, agora tem que saber a maneira de fazer. Eu terceirizei muita coisa na área da saúde, mas era o seguinte, lá tinha, por exemplo, uma fila enorme para fazer cirurgia de catarata, quase seis mil pessoas. Cheguei para o pessoal da área, os oftalmologistas e comprei por quantidade, eu negociava de 500 cirurgias. Depois, médicos bons de Goiânia, eu negociava as consultas por pacote. Então, estava lá um médico de determinada área e nós falamos “Dr. queremos comprar mil consultas. Quando o senhor vai fazer?”. Não era uma consulta, era mil, no atacado. Então, eu terceirizei muita coisa. Tem coisa que o poder público é incapaz de fazer, não tem condições de fazer, mas tem coisa que é besteira. Aí o dinheiro não vai dar, e não vai dar mesmo. Você vai pagar um absurdo, a fiscalização fica mais difícil.

Altair Tavares: No campo da formação das candidaturas. O senhor enfrentou Iris Rezende duas vezes para governador e, agora, pode enfrentar para prefeito de Goiânia. Enfrentar um líder político como a figura de Iris Rezende é uma tarefa difícil. O que o senhor leva para essa disputa?

Vanderlan Cardoso: Não digo que sou melhor que Iris. Mas experiência administrativa eu tenho, de administrar uma cidade que se você voltar em 2005, quando eu assumi o município de Senador Canedo é a Goiânia de hoje. A cidade violenta, cidade dormitório. Goiânia se tornou uma cidade dormitório. Há 20, 25 anos atrás, de cada R$ 100 arrecadados, tinha R$ 32 de participação, hoje está em R$ 17. Cadê os polos de desenvolvimento, os distritos industriais? Se você faz os polos de desenvolvimento nas regiões já resolve parte do problema do transporte coletivo. Cadê os investimentos que Goiânia deixou nos últimos anos no esporte, na cultura? Tem gente que não dá atenção para isso. As escolinhas esportivas que implantamos lá, entreguei com quase sete mil crianças. Foi o que fez melhorar as crianças na escola, dentro de casa, as pessoas na cultura, fazendo cursos de pintura, tirando pessoas de dentro de casa para aprender a pintar um quadro. Eu não sou melhor que ninguém, mas eu tenho experiência administrativa. Eu gosto de planejar e trabalhar. É diferente. Eu disputei duas vezes com o governador que está aí. Se eu fosse ficar olhando Iris, Marconi, íamos cruzar os braços e ficar olhando. Eu não concordo com a forma que eles administram, por isso coloquei minha candidatura. Respeito os dois. Você não vai ver eu falar mal de Iris Rezende, ele tem sua forma de administrar e eu tenho a minha. Marconi tem a dele. Agora, se eu quero e tenho condições de contribuir para Goiânia, e para mim é um desafio, vou ficar para a história de Goiânia como fiquei para a história de Senador Canedo. 

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