O presidente do Detran-GO, delegado Waldir Soares, fez duras críticas à paralisação de 48 horas realizada por médicos e psicólogos credenciados ao órgão nos dias 15 e 16 de julho. Em declaração nesta quarta-feira (16), ele afirmou que os profissionais envolvidos no movimento podem ser punidos com suspensão ou até descredenciamento. “Não vamos ser tolerantes com médicos e psicólogos que agem dessa forma. Quem marcou atendimento, teve gasto, organizou a vida para ser atendido, não pode ser prejudicado”, afirmou.
Segundo o delegado, a paralisação fere as regras do credenciamento. “Eles não são servidores. São credenciados por livre e espontânea vontade, e credenciado não pode fazer greve. Isso não é permitido. Toda reivindicação é justa, mas há limites”, disse. Waldir destacou que o Detran e o Governo de Goiás abriram diálogo com os profissionais e ofereceram um prazo de 30 dias para discussão técnica sobre reajustes proposta aceita durante reunião com o governador em exercício, Daniel Vilela.
Mesmo assim, no dia seguinte eles mantiveram a paralisação. Cada um toma sua decisão e depois arca com as consequências.
“Não é hora de aumentar o custo da CNH”, diz Waldir
O presidente do Detran também afirmou que qualquer alteração nos valores pagos aos credenciados impactaria diretamente no bolso do cidadão. “Se você aumenta o valor do atendimento, você aumenta o valor da CNH. Neste momento, o Detran defende a coletividade. O valor atual pode não estar adequado? Pode. Mas o caminho é buscar formas de reduzir o custo da CNH, e não de aumentá-lo”.
Ele comparou o valor de R$ 90 pagos por exame médico no Detran com o de consultas em clínicas populares e no próprio IPASGO. “Consulta no IPASGO era R$ 65 até semana passada, agora subiu para R$ 80. Clínica popular cobra R$ 50, R$ 60. No Detran, pagamos R$ 90 por uma consulta que dura um, dois minutos. E ainda tem quem diga que não está bom?”, questionou.
Renda alta e possível descredenciamento
Waldir também citou o rendimento de alguns profissionais credenciados para reforçar sua posição. “Tem médico ganhando mais de R$ 30 mil por mês. Psicólogo recebendo mais de R$ 19 mil. Isso sem dedicação exclusiva, sem vínculo empregatício. Então é preciso ter bom senso. Estamos abertos ao diálogo, mas não vamos admitir pressão via paralisação que prejudique o cidadão goiano.”
O presidente do Detran reforçou que o órgão irá apurar a conduta dos profissionais que aderiram ao movimento. “Haverá consequências. A posição pode ser suspensão ou descredenciamento, sim. O cidadão tem direito ao atendimento. Isso está acima de interesses corporativos.”
A paralisação foi motivada por reivindicações por reajuste inflacionário de valores que não são atualizados há cerca de nove anos. Apesar da mobilização, os demais serviços do Detran-GO seguiram operando normalmente. O governo estadual afirma que continua disposto a negociar, mas dentro de critérios técnicos e com foco na responsabilidade fiscal e no interesse público.
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