10 de janeiro de 2025
Caos

“Não faltam médicos, faltam insumos”, relata presidente do Simego sobre a saúde pública de Goiânia

Em entrevista, Franscine detalhou a realidade vivida pelos profissionais da categoria na capital e atribui a crise atual à gestão municipal
Foto: Reprodução
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A presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Franscine Leão, concedeu entrevista, na manhã desta segunda-feira (9), ao programa do Jackson Abrão, no jornal O Popular, para falar sobre a crise na saúde pública de Goiânia, a qual atribui à má gestão da pasta responsável pela área no município, bem como ao Poder Executivo goianiense.

Segundo Franscine, há a existência de diálogo para a tentativa de solução dos problemas há mais de um ano, antes mesmo de Wilson Pollara assumir a Secretaria Municipal de Saúde. “Ficamos chateados por dizerem que a gente não negociou com a Prefeitura. A Secretaria sempre dialogou conosco, mas nunca houve resolução da problemática”, ponderou.

A presidente do Simego detalhou a situação caótica em que o sistema público de saúde da capital se encontra, por falta de pagamento da Prefeitura. “Não faltam médicos. Está faltando estrutura física, medicação. Os médicos, até a semana passada, não tinha nem soro para fazer para os pacientes”, relatou. “A quantidade de médico é suficiente e a remuneração não é ruim. Só que não pagam em dias”, salientou.

Outro ponto exposto por Franscine está voltado à segurança dos profissionais da área, sobretudo no atual momento de crise. “Os pacientes estão muito hostis contra a categoria, como se fosse o profissional da saúde o responsável pelo caos, não a má gestão. O profissional da saúde está ali para defender a população, para lutar com vocês. Agora, a má gestão, a falta de insumos, não é nossa responsabilidade. Isso é erro de gestão da Secretaria Municipal de Goiânia”, disse.

Uma paralisação da categoria estava prevista para esta data. No entanto, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou a suspensão do ato. Além disso, uma ação judicial estabeleceu ao Estado de Goiás a responsabilidade da gestão da Secretaria Municipal da Saúde, a partir desta terça-feira (10). A presidente do Simego explicou que os profissionais da saúde pública de Goiânia não deseja paralisar o atendimento. No entanto, frisa não existiram “condições mínimas para atender os pacientes”.

Franscine alegou que está há cinco anos à frente do Simego e nunca imaginou “viver essa difícil realidade” na qual o sistema de saúde da capital enfrenta. “Fui servidora de Goiânia há muitos anos e nunca imaginei que a cidade chegaria a esse ponto”, lamentou.


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