O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), afirmou nesta quarta (23) que “não há plano B” caso o pacote para tratar da crise financeira do Estado não seja aprovado.
“Não existe plano B. [Se o pacote não for aprovado,] aí, as dificuldades serão comuns para todos”, afirmou o governador à Rádio Gaúcha.
O governo decretou situação de calamidade financeira nesta terça (22), argumentando que a crise econômica do Brasil impactou as receitas estaduais e sua capacidade de financiamento.
No dia anterior, Sartori anunciara um pacote de medidas, que incluem a venda de estatais, demissão de funcionários e corte de secretarias. As medidas ainda precisam ser votadas pela Assembleia, onde há resistência até mesmo na base de apoio ao peemedebista.
Sindicatos e juízes (o Judiciário também será afetado pelas medidas) já se posicionaram contra o pacote, porque entendem que ele prejudica serviços essenciais do Estado. Algumas categorias sinalizam com greve.
Em grave crise financeira, o governo do Rio Grande do Sul tem parcelado os salários dos servidores desde o início do ano, e deixou de pagar dívidas com a União.
O Estado ainda deve escalonar o 13º salário, para pagar primeiro aqueles com menores vencimentos.
A segurança pública é uma das áreas que mais sofre: policiais estão desmotivados, sem horas extras e, em alguns casos, sem gasolina. O efetivo diminuiu, e uma onda de crimes se instalou no Estado.
Na entrevista desta quarta, Sartori afirmou que a proposta apresentada pelo governo “foge de características meramente políticas, partidárias ou ideológicas”. “É uma necessidade”, declarou.
Ele pediu o “sacrifício solidário” e a “compreensão” de toda a população, e disse que o parcelamento de salários e do 13º é “uma atitude racional, dentro da realidade”.
“Como é que você vai fazer? Vamos pagar com os recursos existentes”, disse Sartori.
Folhapress
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