08 de agosto de 2024
Política

“Não existe golpe, existe crime”, analisa relator do impeachment

Um dia após a análise do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o relator do processo em comissão da Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB), fez uma análise de todo trâmite até a chegada ao Senado. O parlamentar não concorda com a afirmação feita por petistas de que há tentativa de golpe. Para ele a chefe do Executivo cometeu crime de responsabilidade fiscal.

O deputado destacou sobre as chamadas “Pedaladas Fiscais”. Ele relembrou que em décadas passadas havia bancos estaduais e que governadores utilizavam os recursos para tapar os rombos existentes. O resultado foi à quebra dos bancos. Ele argumenta que fato semelhante ocorreu com a presidente da República, caracterizando crime de responsabilidade.

“A presidente lançou mão, porque ela estourou o caixa do orçamento, não tinha dinheiro e começou a lançar dinheiro sem lastro, dos bancos oficiais, tapando as finanças que ela não deu conta de administrar”, afirmou.

Polêmica

Durante todo o período de discussão de acolhimento ou não do pedido de impeachment da presidente Dilma, uma das frases mais ditas pelos petistas era de que “Não vai ter golpe”, numa alegação que há irregularidades no processo de impedimento.

O deputado Jovair rebateu e ressaltou que “Não existe golpe, existe crime”. Ele discorda da argumentação petista de que há uma tentativa de golpe contra a presidente da República.

Goiás

Jovair Arantes afirmou que uma das grandes dificuldades que teve foi de cumprir todo o rito. Ele ressaltou que o processo para Goiás foi positivo, já que o estado acabou ganhando destaque em território nacional a partir da atuação dele.

“Difícil você fazer um relatório que possa ser absolutamente centrado nos princípios da legalidade, da técnica legislativa, dentro do rito que o Supremo Tribunal Federal nos estipulou, obedecendo à constituição. Foi um momento importante para Goiás, pois quis Deus que eu fosse o fio condutor deste processo. A presidente que realmente provocou e causou crimes de responsabilidade da mais alta importância que nenhum agente público pode cometer”, disse.

O deputado reforçou que entende que a presidente teve grande quantidade de votos, o que não dá direito de ter ficado acima da lei. “Entendemos que ela teve seus 54 milhões de votos, é uma afirmação que o PT faz constantemente, que quem teve 54 milhões de votos não pode ser cassado, pode sim, ninguém está acima da lei. Não é porque que ela teve 54 milhões de votos que não pode ser penalizada pode sim”, afirmou.

Eduardo Cunha

Questionado sobre o futuro de Eduardo Cunha (PMDB) na presidência da Câmara dos Deputados, Jovair preferiu não entrar diretamente no mérito.

“O futuro de Eduardo Cunha, ele tem que responder por ele. Se ele cometeu ilícito, ele responde com seu CPF. Ele está sendo investigado. Se chegar um momento que ele vai ser ou não condenado”, afirmou.

Eleições na Câmara

No final deste ano termina o período de Eduardo Cunha a frente da presidência da Câmara dos Deputados. Nos bastidores o nome de Jovair é cogitado, inclusive com o apoio de Cunha.

“Será um fato normal em momento oportuno. Se os companheiros acharem que eu tenha que ser neste momento candidato a presidente da Casa, eu não corro da raia, não fujo da luta”, destacou.

O parlamentar goiano argumentou ainda que este não é o principal momento político da carreira dele, que foi quando foi eleito vereador por Goiânia.

“Não o momento mais importante da minha carreira política foi quando fui eleito vereador em Goiânia. Foi a partir daí que caminhamos. Evidente que este momento me de um destaque nacional. Aqui em Goiás vocês todos já conheciam meu trabalho, mas julgo que este momento é importante para o estado, pois o divulga de forma positiva. Já vi Goiás entrar na mídia de forma negativa, nós entramos de uma forma muito positiva. Goiás tem bons quadros para ajudar o Brasil”, ressaltou.


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