21 de dezembro de 2024
Política

‘Não estou preocupado com consequências políticas’, diz relator do processo de Lula

Juiz João Pedro Gebran Neto
Juiz João Pedro Gebran Neto

Relator dos processos da Lava Jato no TRF (Tribunal Regional Federal) em Porto Alegre, o juiz federal João Pedro Gebran Neto afirmou, nesta sexta (14), que irá conduzir o caso do tríplex do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “mais um processo”, no mesmo ritmo de outras ações da corte.

“Não estou preocupado com consequências políticas, e sim com consequências jurídicas”, disse, antes de receber uma homenagem da Federação do Comércio do Paraná, em Curitiba.

Lula foi sentenciado nesta semana pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Cabe recurso ao TRF em Porto Alegre -e a decisão da corte, caso confirme a condenação, pode tornar o petista inelegível.

“Eu estou pensando no meu processo, em que estão sendo imputados fatos a uma pessoa. A questão eleitoral é uma consequência, mas não sou eu que determino”, afirmou.

Para o desembargador, é “quase impossível” estabelecer quanto tempo o processo levará para ser julgado.

Sobre as declarações do presidente do TRF, que afirmou que a ação será avaliada antes da eleição, Gebran disse que ele tem liberdade para se manifestar, mas que o caso seguirá da mesma forma que outros, da forma “mais imparcial e isenta possível”.

O desembargador afirmou ainda que “não tem ideologia nem tendência”, e que tentará julgar o caso o mais rápido possível, da mesma forma que com outros processos.

“Eu estou muito tranquilo”, declarou, quando questionado se a opinião pública pode influenciar seu julgamento.
Gebran pediu ainda serenidade da população, e que o público “procure ser o mais imparcial possível, examinando fatos e não se comportando como torcedores de partidos políticos”.

Natural de Curitiba, o magistrado tem 52 anos, começou a carreira como promotor de Justiça e é juiz do TRF desde novembro de 2013.


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