20 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:59

“Não é crime, é este o problema, é golpe”, afirma Dilma em Goiânia

Foto: Leoiran
Foto: Leoiran

A presidente da República, Dilma Rousseff (PT) durante inauguração das obras do novo Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia, na noite desta segunda-feira (9), voltou a destacar que não cometeu irregularidades a frente do Governo Federal. A presidente ressaltou que não há crime de responsabilidade. Ela afirmou que há golpe.

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Dilma destacou que “não sobraria” nenhum gestor público no país se aplicassem a eles as mesmas regras que estão aplicando a ela. A presidente dizia sobre os seis decretos de crédito suplementar que editou em 2015 e que são objeto do processo de impeachment que está para ser analisado no Senado.

“Acharam seis decretos de crédito suplementar. Que decretos são esses? Fica parecendo que são para me beneficiar. Antes de mim, os outros presidentes fizeram decretos iguais. O Fernando Henrique fez 30 decretos, o Lula fez quatro e eu fiz seis. Houve algum problema anterior ao meu caso? Não houve. Sobraria alguém neste país se aplicassem as regras aplicadas a mim para todos os gestores públicos? Resposta: Não sobraria ninguém. Não é crime, é este o problema, é golpe”, destacou a presidente.

Dilma ressaltou que a economia está dando mostras de recuperação, mas que o grande problema enfrentado pelo país é a instabilidade política. “A inflação está caindo e chegará sem sombra de dúvida e chegará até o final do ano dentro da meta, abaixo de 7%. O problema do país é instabilidade política do país”, argumentou.

Dilma afirmou que o impeachment é um disfarce para uma eleição indireta. Ela disse que há sim a manifestação de que processo é constitucional. No entanto, a presidente ressaltou que precisa haver crime de responsabilidade para que se tenha impedimento.

“Vou lutar com todos os instrumentos que tenho: democráticos e legais e vou lutar para impedir a interrupção ilegal, usurpadora do meu mandado, por traidores, por pessoas que não tem condições de se apresentar o Brasil e se eleger. Usurpadores. Vou lutar porque o povo brasileiro merece consideração e sobretudo a democracia que conquistamos com tanto esforço. A democracia sem dúvida é o lado certo da história. A história também julgará os golpistas e usurpadores”, destacou a presidente em Goiânia.

Cunha

Dilma apresentou a versão dela quanto à cronologia dos fatos, ela ressaltou que primeiro se pediu a recontagem dos votos, depois a presidente criticou a oposição por continuar tentando a saída dela de alguma forma. “Ao longo destes 15 meses fui alvo de pauta bomba”, disse.

Dilma relembrou o processo de abertura do impeachment na Câmara dos Deputados. Ela afirmou que foi uma chantagem, pelo fato do presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter tomado a ação logo após não ter conseguido votos da base governista para evitar que o Conselho de Ética o julgasse.

A presidente relatou que a Câmara esta parada e que Eduardo Cunha não nomeou comissões importantes, como a Orçamento e Constituição e Justiça.


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