09 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:24

“Não dá para discutir reforma do Ensino Médio sem discutir Enem”, afirma Chico Soares

Francisco Soares.
Francisco Soares.

A mesa redonda “O currículo do Ensino Médio no olhar de pesquisadores e gestores brasileiros” trouxe diversas pesquisas sobre o funcionamento do Ensino Médio em diferentes regiões do Brasil. Apresentadas no Seminário Internacional Desafios Curriculares do Ensino Médio, pesquisas e sugestões demonstram o quanto é preocupante a manutenção das escolas da forma como está.

“Não dá para discutir reforma do Ensino Médio sem discutir Enem”, afirmou o representante do Conselho Nacional de Educação, José Francisco Soares, também conhecido como Chico Soares. Segundo Francisco, o Ensino Médio brasileiro e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são excludentes.

“Somos ótimos em criar ideias que dão tudo para poucos”, ressaltou Francisco ao falar que a pauta única, que generalize todos os estudantes não funciona de forma satisfatória. Para ele, é preciso ter uma mudança do projeto, que atenda cada vez mais jovens, reconhecendo as diferenças, que são fruto de escolhas, e que o Ensino Médio é um momento de transição da vida desses estudantes.

Para essa transformação do Ensino Médio, é necessário também pensar em uma alteração do Ensino Fundamental. “É uma continuidade”, dispara Francisco. Além de também considerar a Base Nacional Comum como uma ferramenta estruturante para as escolas.

Entre as alterações pensadas recentemente para o Ensino Médio está o aumento a carga horária. No entanto, é preciso levar em consideração os estudantes que não estudam no período diurno e que não têm tempo para fazer o Ensino Médio integral.

A sugestão de Francisco Soares é de que o Ensino Médio seja dividido em três vertentes: Aprender para ler, com disciplinas de Língua Portuguesa e Língua Inglesa e Matemática; Aprender para conviver, que trazem matérias como Artes, Sociologia, Filosofia, Química, Física; e Aprender para fazer, com foco no ensino técnico e no que o jovem levará para a vida dentro do mercado de trabalho.

Questionado sobre a possibilidade de o Enem ser uma ferramenta que “deu certo” e possibilitou o ingresso de jovens de baixa renda no ensino superior, Francisco Soares rebateu que o que possibilitou o acesso desses jovens às universidades foi a política de cotas. “Que surgiu junto com o Enem”, concluiu.

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