Na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal Eleitoral (STE), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ter recebido, em seu gabinete, uma cópia da minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres.
“Escreveram e também levaram no meu gabinete. Não sei quem fez”, afirmou Zambelli sobre o documento.
No entanto, Zambelli não forneceu detalhes sobre o que fez com o documento. Nem mesmo a data em que teria tido contato com o texto fica clara na afirmação.
A deputada é a segunda bolsonarista a afirmar que teve contato com o documento. Antes dela, o primeiro a ter visto a minuta foi Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Na ocasião, Valdemar disse que todo o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu uma cópia do texto em casa. Logo depois da declaração, o presidente do PL alegou ter usado uma “metáfora”. Em depoimento à Polícia Federal, Valdemar disse ter destruído três versões do documento que propunha um golpe de estado.
Ainda em entrevista, Zambelli afirma que nos últimos 4 anos, a expectativa era de ser presa pela Polícia Federal devido às publicações feitas em rede social contra a democracia. Mesmo assim, a bolsonarista disse que não considera que passou dos limites e que apenas usou duras palavras.
“Medo de ser presa não é a palavra, mas expectativa, sim. Não como uma boa expectativa. Várias vezes fui dormir pensando que ia ter que acordar às 6h com a Polícia Federal na minha porta”, disse a parlamentar.
Críticas a Bolsonaro
Zambelli também criticou a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi aliada nos últimos quatro anos. Para a deputada o ex-capitão comete erro ao passar uma longa temporada nos EUA.
“Não acho que seja fugir. Passar um tempo fora para pensar no que vai fazer é legítimo. Mas concordo que ele deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força”, avalia.
Zambelli acredita ainda que ex-presidente pode ser preso ao retornar ao Brasil. Mas minimiza a declaração. “Ele deve ter mais informações do que a gente, por isso está lá. Temos que ser compreensivos com ele”, finaliza.
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