A primeira entrevista de Daniel Carvalho após anunciar sua saída do Goiás Esporte Clube foi concedida ao programa Debates Esportivos na Rádio 730. O jogador foi comunicado pela diretoria esmeraldina que não faz mais parte do planos da equipe para a sequência da temporada.
Em um bate papo franco e sem se esquivar das perguntas o meia falou de vários assuntos relacionados a sua passagem no Verdão. Entre eles a campanha ruim do clube no Brasileirão, premiações, salário e também respondeu um questionamento a respeito de alcoolismo. Confira alguns trechos:
Rescisão
– Em Pelotas após o jogo contra o Brasil eu pedi meu desligamento do clube porque o Léo Condé já tinha me passado que eu não poderia atuar ao lado do Léo Lima e que tinha que conviver com a reserva. Achei isso anormal e isso me desgastou bastante. Teve a chegada de um novo técnico e me empenhei para dar a volta por cima, mas não consegui provar que era merecedor do espaço. Achei que estaria relacionado para essa viagem contra o Oeste, mas o Gílson Kleina me disse que a diretoria estava optando pela rescisão. Não teve discussão nenhuma e eu aceitei normalmente a decisão.
Agradecimentos
– A todos de Goiânia que sempre me trataram bem e que foram muito educados comigo durante todo esse tempo. Obrigado a diretoria que sempre acreditou em mim e estou saindo daqui como um grande torcedor do Goiás. Com certeza vou estar sempre acompanhando na frente da televisão nos dias dos jogos e torcendo para que o time deixa essa situação. Se o clube escapar eu vou me sentir vitorioso e se acontecer a fatalidade de vir a cair vou me sentir um derrotado.
Cansaço e culpa
– Eu tenho a minha parcela de culpa, tentei fazer o meu melhor e não consegui. Tenho 33 anos e psicologicamente já cansei do futebol. Não tenho o mesmo prazer que eu tinha um tempo atrás. Comecei aos 13 anos e tive uma carreira muito longa no futebol e hoje tudo que conquistei devo ao futebol.
Bem financeiramente
– Tenho a consciência limpa e ninguém poderá olhar para mim e dizer que eu só roubei eu vim só tirar dinheiro do Goiás, até porque o meu salário que recebia aqui no clube não mudaria nada e não mudou nada na minha vida. O dinheiro que eu recebia no Goiás era o que me servia para o mês e pagava minhas contas.
Esforço dos dirigentes
– A diretoria nunca deixou faltar nada para nós. Eles fazem coisas que é um absurdo – eles oferecem de premiação nos jogos no Brasileiro é praticamente o que o Botafogo pagou pelo título da Série B no ano passado. Quem está lá tem que aproveitar essa oportunidade.
Alcoolismo
– Assumo tranquilamente e com a consciência tranquila, quer saber o dia que bebo é depois de jogo e principalmente em casa. Quando o jogo na Serra e chego e tomo minha cerveja – quando o time ganha fora eu sou a favor e conservo com a diretoria para liberar a cerveja para os jogadores, mas se perde eu sou contra. Eu sou tranquilo para dizer que faço a coisa na hora certa e você não vai me ver em um balada quando tenho treino de manhã – agora acabou a partida e para você relaxar tomar uma cerveja, eu junto minha mãe, noiva, meus amigos e tomo minha cervejinha. Agora se chegou essa conversa nos bastidores é vergonhoso quem falou isso.
Carreira
– Estou com um projeto na minha cidade e a inauguração de duas academias. Quero cuidar e investir nas minhas coisas e eu sinceramente não tenho mais forças para dizer que quero continuar como jogador de futebol. Não me vejo mais como atleta e jogando como profissional. Hoje estou indo para casa com a certeza que não quero mais jogar, mas se daqui a pouco aparece uma proposta absurdo é claro que eu volto atrás.
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