22 de novembro de 2024
Brasil

Na assinatura da Norte-Sul, Bolsonaro insiste em palanque eleitoral: “Se o outro tivesse vencido as eleições, estaríamos aqui?”  

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Ao lado de ministros, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) e de outros representantes políticos e comerciais brasileiros, o presidente da República, Jair Bolsonaro esteve na manhã desta quarta-feira (31/07) na cerimônia de assinatura de concessão da rodovia Norte-Sul, em Anápolis. Bolsonaro agradeceu a confiança dos eleitores e da empresa que arrematou o certame – a Rumo, do Grupo Cosan. Também exaltou sua equipe ministerial e parece que ainda não desceu do palanque eleitoral: “Se o outro tivesse ganhado, será que estaria aqui?”, concluiu seu discurso fazendo referência ao candidato derrotado, Fernando Haddad, do PT.

Bolsonaro começou seu discurso agradecendo o dos eleitores que o elegeram. Reforçou que irá retribuir a confiança e em seguida fez elogios ao “grupo maravilhoso” que venceu o certame da Rodovia Norte-Sul. “”Os empresários desse grupo maravilhoso aqui, grupo Cosan e Rumo confiaram na gente. Como disseram à pouco: ‘essa obra aqui não é pra empreiteiros, é para empreendedores’. Vocês estão acreditando em nós. E uma prova que o Brasil pode dar certo é a confiança em nós”, mencionou.

O leilão do trecho, que vai de Porto Nacional, no Tocantins, até Estrela D’Oeste, em São Paulo, foi promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no dia 28 de março, e teve como vencedora a Rumo Logística.

O trecho possui 1.537 quilômetros e o prazo de concessão é de 30 anos. A empresa vencedora terá de fazer R$ 2,719 bilhões em investimentos.

“Equipe maravilhosa”

Em um dia inspirado em elogios, Bolsonaro não esqueceu dos seus ministros. Disse que eram “capazes, competentes e patriotas”. “Eles estão buscando as soluções para o Brasil”, salientou o presidente. “Os 22 ministros que eu indiquei são pessoas maravilhosas”.

Bolsonaro dirigiu seu olhar para dois ministros presentes na cerimônia. “Tereza Cristina, que vale por 10 ministros”, elogio a ministra da Agricultura. Também direcionou ao ministro da Infra-Estrutura, Tarcísio de Freitas: “Grande responsável por levar essa proposta avante”, fazendo referência à reconstrução de diversas rodovias federais.

Sobrou até para o líder do governo na Câmara, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO). “Politicamente, dada às pressões, você já estava enterrado com a missa de sétimo dia marcada”, dirigiu-se Bolsonaro à Hugo. “Mas ele reagiu, mostrou o seu valor. Vem de lá de trás, mostrando seu valor aqui no Estado de Goiás, disputando as eleições e conseguindo ser vitorioso”.

Apesar de ter sido vitorioso, Major Vitor Hugo foi o candidato que conseguiu uma cadeira na Câmara Federal com a menor votação proporcional desde 1982. Eleito graças a alta votação do deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO), Vitor Hugo teve 31.190 votos, representando 1,03% dos votos válidos.

“Ele está habilitado a nos representar”

Bolsonaro também falou rapidamente sobre a indicação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado federal em São Paulo à embaixada do Brasil nos Estados Unidos. O presidente lembrou do elogio que Donald Trump concedeu ontem (30/07) em entrevista à jornalistas e voltou a ressaltar que considera o filho preparado à representar o Brasil na cadeira em Washington. “Ele está habilitado a nos representar”. Também disse que seu trabalho será de se aproximar de países “livres, democráticos e que tenham economia pujantes”, salientou.

“Estaria na Venezuela”

Ao fim do seu discurso, Bolsonaro demonstrou que não irá parar de fazer alusões a um dos seus principais rivais políticos: o PT. Parece que ainda está em campanha eleitoral e não desceu do palanque das eleições. Ele voltou a repetir elogios à sua equipe ministerial. Senão fosse por eles, não estaríamos aqui, sugeriu. “Senão fosse assim, será que estaríamos aqui hoje? Será que teremos esperança daqui pela frente? Será que o outro que estivesse vencido às eleições onde ele estaria agora? Com toda a certeza na Venezuela conversando com o Maduro. Era isso que nós pretendiamos? Absolutamente que não!”, afirmou no lançamento da concessão de uma rodovia que era aguardada há aproximadamente 33 anos. “O outro” que se referia Bolsonaro é Fernando Haddad (PT), candidato derrotado no segundo turno, cujo o partido manteve por muitos anos aliança com os governos chavistas e mais recentemente Nicolás Maduro, na Venezuela.

 

 


Leia mais sobre: Brasil