O curso de arquitetura e urbanismo do Instituto Federal de São Paulo foi o mais procurado pelos estudantes do Sisu, recebendo 13.777 inscrições para uma disponibilidade de 40 vagas.
Brasília – O número de inscritos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) aumentou de 793.910 para 2.791.334 entre 2010 e 2015, um salto de 252%, informou nesta segunda-feira o Ministério da Educação (MEC). O Sisu é um sistema online que oferta vagas em instituições públicas de ensino superior para participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – este ano, foram disponibilizadas 205.514 vagas.
O resultado da inscrição foi divulgado hoje pelo ministério. Até o dia 11 de fevereiro, o estudante poderá manifestar interesse para ser colocado na lista de espera. A matrícula será feita nos dias 30 de janeiro, 2 e 3 de fevereiro. De uma forma geral, administração (312.991 inscrições), direito (262.255), pedagogia (249.348) e medicina (237.267) receberam o maior volume de inscrições. “Como tem uma oferta ampla desses cursos, normalmente tem mantido essa tendência, apesar de, nos últimos anos, estarmos diversificando (a busca por) engenharia, mas ainda permanece essa procura por administração, direito, pedagogia e medicina”, comentou o secretário-executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa. A engenharia civil aparece apenas em sétimo lugar entre os cursos mais procurados no Sisu, com 141.139 inscrições.
Quando se analisa a modalidade de concorrência, os inscritos que tentaram vagas pela Lei de Cotas enfrentaram uma disputa maior que a da ampla concorrência – foram 27,99 candidatos por vaga via Cotas, ante 25,66 candidatos por vaga do sistema universal. Ao todo, 42,7% das inscrições do Sisu foram feitas por meio do sistema de cotas. A Lei das Cotas determina que neste ano 37,5% das vagas nas instituições federais sejam reservadas a alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.
O curso de arquitetura e urbanismo do Instituto Federal de São Paulo foi o mais procurado pelos estudantes do Sisu, recebendo 13.777 inscrições para uma disponibilidade de 40 vagas. A relação de candidato por vaga ficou em 344,43. O segundo curso mais procurado foi o de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (12.062 inscrições), seguido pelo de engenharia civil do Instituto Federal de São Paulo (11.307), pelo curso de direito noturno da UFMG (10.827) e pelo de medicina da Universidade Federal do Acre (10.643).
A Universidade Federal do Ceará foi a instituição que recebeu o maior volume de inscrições (187.563), seguida pelas federais de Minas Gerais (186.881), de Pernambuco (177.235), do Rio de Janeiro (174.110), da Bahia (149.487) e de Goiás (147.897). O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de SP aparece em sétimo, com 142.498 inscrições. O MEC também abriu hoje a inscrição para o Programa Universidade Para Todos (ProUni), que se encerra no dia 29 de janeiro. Ao todo, serão ofertadas 213.113 bolsas, das quais 135.616 são integrais e 77.497, parciais. O Estado de São Paulo concentra o maior número de bolsas – 65.710.
Em meio à guerra travada entre o governo federal e empresas privadas da área de educação por conta das alterações nas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Luiz Cláudio Costa disse que o governo está em diálogo com o setor, “dentro do pressuposto da qualidade”. O ministro (da Educação) Cid Gomes já deixou isso claro: qualidade. O primeiro compromisso do ministro e do Ministério da Educação é com a qualidade. A partir daí, nós temos o dialogo. É para isso que estamos trabalhando. É evidente que é isso que a sociedade espera para que tenhamos mais oportunidades na educação superior com esse pressuposto”, disse o secretário-executivo.
O MEC publicou em dezembro uma portaria que dificulta o acesso ao Fies, programa voltado para o financiamento da graduação no ensino superior de alunos de instituições privadas.
Na semana passada, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) protocolou um mandado de segurança coletivo contra o MEC.
(Estadão Conteúdo)
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