18 de dezembro de 2024
Mundo • atualizado em 08/04/2021 às 09:43

Mundo precisa ser forte, diz Macron ao tomar posse na França

O centrista Emmanuel Macron tomou posse como presidente da França, neste domingo (14), em cerimônia de inauguração suntuosa na residência presidencial do Palácio do Eliseu em Paris após sua vitória nas eleições do dia 7 de maio.

Ao chegar para a cerimônia no palácio do século 18, Macron, 39, ex-ministro da economia, realizou uma reunião privada com o presidente de saída, o socialista François Hollande, sobre assuntos de Estado, que incluíram a transferência de acesso aos códigos de lançamento de mísseis nucleares da França.

Macron torna-se o mais jovem líder da França pós-guerra e o primeiro a nascer depois de 1958, quando o presidente Charles de Gaulle colocou em prática a Quinta República.

Ele oficialmente se tornou presidente quando Laurent Fabius, presidente do conselho constitucional e ex-primeiro-ministro, leu os resultados da eleição em que Macron venceu a líder da extrema-direita Marine Le Pen.

NOVA EQUIPE

Macron designou Alexis Kohler como o secretário geral do Palácio de Eliseu o papel administrativo mais alto entre a equipe presidencial.

Kohler, 44, era o chefe de gabinete de Macron quando o presidente entrante era ministro da Economia e trabalhava para o Tesouro.

Philippe Etienne, 61, ex-embaixador em Berlim, foi nomeado para ser o assessor diplomático do presidente entrante, disse a equipe de funcionários de Macron.

As nomeações foram anunciadas enquanto Macron se preparava para sua posse como presidente.

Espera-se que o primeiro-ministro seja anunciado na segunda (15) e as indicações do restante do novo governo se sigam na terça (16).

DISCURSO

O novo presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu em seu discurso de inauguração superar as divisões da sociedade que foram mostradas durante a campanha presidencial e buscar construir uma França forte e segura em si mesma, e no mundo.

“A divisão e as fraturas em nossa sociedade devem ser superadas”, disse.

“O mundo e a Europa precisam mais do que nunca da França e de uma França forte, que fala em voz alta pela liberdade e pela solidariedade”, declarou Macron.

Ele disse que sob sua administração o mercado de trabalho será mais flexível, as condições de negócios serão criadas para ajudar as empresas a funcionar e a “inovação” estará no centro de sua ação como presidente.

ENCONTRO COM MERKEL

A primeira semana de Macron na presidência da França será movimentada.

Nesta segunda-feira (15), deve revelar o nome de seu primeiro-ministro, antes de voar para a Berlim onde se irá se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel.

É praticamente um rito que os presidentes franceses façam sua primeira viagem europeia para se encontrar com o outro líder do chamado “motor” da União Europeia.

Macron quer impulsionar uma cooperação mais estreita para ajudar o bloco a superar a saída iminente do Reino Unido, outro de seus membros mais poderosos.

Também quer propor aos seus sócios a criação de um Parlamento e um orçamento para a eurozona.

Merkel aplaudiu a vitória de Macron contra Le Pen, dizendo que levava “esperança de milhões de franceses e também de muitos na Alemanha e em toda a Europa”.

Em junho, Macron enfrenta difíceis eleições legislativas, nas quais o movimento político do novo presidente buscará a maioria absoluta para poder aplicar sua ambiciosa agenda de reformas.

Seu movimento, “A República em Marcha”, apresentou uma lista de 428 candidatos, mais da metade dos quais são rostos novos.

BOA SORTE

O presidente em fim de mandato, François Hollande, que se reuniu com Macron por mais de uma hora para a transferência de poderes oficial, saiu do Eliseu sob os aplausos dos funcionários e do novo presidente, que o acompanhou até seu carro.

“Boa sorte”, disse Hollande a Macron, que foi seu ex-conselheiro e ex-ministro da Economia, ao se despedir.

O socialista, de 62 anos, terminou seu mandato de cinco anos como um dos chefes de Estado mais impopulares da França, deixando para trás um cenário político complexo.

Seu índice de reprovação sem precedentes o levou a desistir de concorrer à reeleição, algo inédito desde 1958.

“Deixo a França em um estado muito melhor do que o que encontrei”, tuitou neste domingo o já ex-presidente, ressaltando as provas terríveis que precisou enfrentar.

Desde janeiro de 2015, uma onda de atentados reivindicados ou inspirados em grupos extremistas deixaram 239 mortos na França.

Hollande entregou as chaves do Eliseu mas, diferentemente de seu antecessor Nicolás Sarkozy, não anunciou sua retirada da vida política. “Na vida nunca se deve dizer nunca”, afirmou.

(FOLHA PRESS)


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