20 de novembro de 2024
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Mundo cresce mais com queda do petróleo, diz FMI

Nos países exportadores o impacto geral é negativo, mas mesmo entre estes mercados deve ocorrer diferenciação, destaca o FMI, porque uns dependem mais das receitas do produto do que outros.

Nova York – Uma simulação do Fundo Monetário Internacional (FMI) sinaliza que a forte queda dos preços do petróleo pode fazer a economia mundial crescer mais em 2015 e 2016, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira, 22. O Produto Interno Bruto (PIB) do mundo pode se expandir de 0,3% a 0,7% a mais no ano que vem quando comparado a um cenário em que o barril da commodity não estivesse em queda. Para 2016, o PIB pode crescer de 0,4% a 0,8% a mais.

A expectativa, com base no comportamento dos preços futuros da commodity, é que os baixos preços do petróleo persistam e as cotações sigam abaixo dos níveis alcançados no passado recente, ressalta o relatório, publicado ontem em um blog do Fundo.

Os economista-chefe da instituição, Olivier Blanchard, e o chefe responsável pela área de pesquisas com commodities, Rabah Arezki, autores do estudo, destacam que a queda do petróleo, de quase 50% desde junho, afetou a todos, dos países exportadores do produto aos importadores, governos, petroleiras, empresas prestadoras de serviços para o setor e consumidores.

“Há ainda considerável incerteza sobre a evolução da oferta e da demanda (por petróleo)”, destaca o estudo, citando que tanto a procura como a oferta têm contribuído para explicar a queda das cotações nas últimas semanas. No caso da oferta, houve um aumento, principalmente por causa da recuperação mais rápida que o esperado da produção em campos da Líbia e a produção no Iraque sendo pouco afetada pelos conflitos no país.

Importadores.

No geral, os economistas do FMI afirmam que os importadores de petróleo, sobretudo entre os emergentes, vão se beneficiar dos menores gastos com importações do produto, que deve ajudar a melhorar as contas externas, gerar maior renda disponível para as famílias e menor custo com insumos. Já os exportadores terão menos receitas com as vendas externas, o que vai colocar pressão nas contas externas e fiscais.

“Os riscos para a estabilidade financeira cresceram, mas permanecem limitados”, afirma o estudo, destacando que a maior pressão nas moedas ficou limitada aos exportadores de petróleo, sobretudo Rússia, Venezuela e Nigéria. “Dado a interconexão dos mercados financeiros, estes desenvolvimentos pedem crescente vigilância.”

Na zona do euro e Japão, regiões que vêm crescendo menos que o esperado e com demanda fraca pela commodity, as diretrizes futuras dos bancos centrais serão cruciais para ancorar as expectativas de inflação no curto e médio prazo, destaca o FMI.

Os dois economistas do FMI também fizeram simulações do impacto da queda do petróleo em alguns países. Nos Estados Unidos, o PIB pode crescer entre 0,2% a 0,5% a mais no ano que vem quando comparado ao cenário base, ou seja, sem a queda dos preços do petróleo. Na China, a expansão pode ser de 0,4% a 0,7% a mais. Em 2016, os EUA poderiam ter expansão adicional de até 0,6%, enquanto o PIB da China pode crescer até 0,9% a mais.

Exportadores

Nos países exportadores o impacto geral é negativo, mas mesmo entre estes mercados deve ocorrer diferenciação, destaca o FMI, porque uns dependem mais das receitas do produto do que outros.

Na Rússia, 50% das receitas do governo vêm das vendas de petróleo, por isso o impacto negativo mais acentuado no país. Uma das consequências será a deterioração de indicadores fiscais, além de piora dos números das empresas do setor de petróleo, que terão que rever planos para os próximos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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