A força ancestral e a memória coletiva das mulheres Kalungas, que habitam a reserva quilombola no Nordeste de Goiás, estão no centro da cena cultural de Goiânia nesta quinta-feira (22), com a exibição do documentário Mátria Amada Kalunga. O filme será apresentado gratuitamente às 20h no Cine Cultura, na Praça Cívica, e contará com uma programação paralela no Beco do Codorna.
Dirigido por Lak Shamra e Thassio Freire, o documentário retrata a vivência de 27 mulheres quilombolas da região da Chapada dos Veadeiros após a enchente do Rio Paranã, em 2022. Com uma abordagem poética e um olhar feminino, a obra mergulha em temas como espiritualidade, pertencimento, reconstrução e resistência a partir da perspectiva das mulheres Kalungas.
Segundo a organização, as personagens centrais do longa estarão presentes na sessão e também participam de outras atividades culturais organizadas para o evento.
A programação é promovida pela Casa de Memória da Mulher Kalunga, iniciativa idealizada por Marta Kalunga — liderança quilombola e produtora do documentário. O projeto busca preservar e valorizar os saberes e fazeres das mulheres do território Kalunga, estimulando trocas culturais entre o campo e a cidade.
De acordo com os organizadores, esta será a primeira vez que um grupo tão representativo de mulheres Kalungas participa de uma ação coletiva desse porte em Goiânia. Após a sessão, o público poderá seguir para o espaço Prosperidade Cultural, no Beco do Codorna, mediante uso de pulseira do evento.
A programação paralela inclui feira de produtos Kalungas, roda de conversa, música ao vivo, exposições e serviço de chope artesanal. A proposta é fortalecer o diálogo entre os saberes tradicionais e a vida urbana, evidenciando o protagonismo das mulheres quilombolas como narradoras de suas próprias histórias.
O documentário Mátria Amada Kalunga é resultado de apoio da Lei Paulo Gustavo, por meio do edital municipal de finalização de longas-metragens da Prefeitura de Goiânia, lançado em 2023. A obra busca fortalecer a memória viva das comunidades Kalungas e ampliar a visibilidade da luta por território, reconhecimento e autonomia.
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