A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu em flagrante a mulher suspeita de tentar realizar um empréstimo utilizando o cadáver de um idoso, em uma agência do Banco Itaú, na tarde da última terça-feira (17), em Bangu, no Rio de Janeiro. As funcionárias do banco estranharam a situação do senhor e chamaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que constatou que o idoso estava morto há pelo menos duas horas. Veja vídeo.
As imagens das câmeras de segurança da agência bancária mostram a mulher chegando com o idoso em uma cadeira de rodas, com a cabeça tombada para o lado e visivelmente debilitado. No balcão de atendimento, a suspeita tentou realizar um empréstimo no valor de R$ 17 mil em nome do “tio”, identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos.
Na gravação, a mulher tenta que o idoso, já morto, assine os papéis de autorização do empréstimo. “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço. Assina aqui, igual ao documento. Assina para não me dar mais dor de cabeça”, ela diz.
É possível observar que a suspeita tenta segurar a cabeça do senhor e apoiar suas mãos no balcão de atendimento, sem sucesso. Questionada pelas funcionárias do banco sobre a aparência debilitada do idoso, e da necessidade de um atendimento médico, a mulher respondeu que “ele é assim mesmo”.
Nas investigações preliminares, a polícia apurou que a mulher chegou até a agência utilizando um carro de aplicativo. Ela se identificou como sobrinha e cuidadora do idoso, mas a polícia constatou que ela seria uma “prima distante”. A advogada de defesa alega que o homem estava vivo quando ela o levou até o banco, e que o empréstimo era uma vontade dele.
Após a constatação da morte pelo Samu, a Polícia foi acionada e autuou a suspeita por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. O corpo do idoso foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Segundo os exames iniciais, os livores cadavéricos – manchas de acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação sanguínea – identificados no corpo do idoso, mostraram que ele não estava sentado no momento do óbito, indo contra o que foi alegado pela suspeita, de que ele havia morrido dentro da agência na cadeira de rodas.
Na tarde desta quarta-feira (17), novas imagens de câmeras de segurança de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde o idoso teria sido atendido no dia anterior ao ocorrido, demonstraram que ele estava vivo na segunda-feira (15). Nas cenas, é possível ver ele se movimentando e levando a mão a boca e que a própria mulher o levou a unidade de saúde. A polícia busca provas de que o idoso já estava sem vida quando deu entrada no banco.
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