29 de agosto de 2024
Denúncia de racismo

Mulher negra tira a roupa em supermercado para provar que não estava roubando; vídeo

Caso aconteceu em uma unidade do Atacadão em Curitiba, Paraná
De acordo com a professora, um segurança ficou a seguindo dentro do supermercado, o que a fez promover o "ato" de protesto no momento. (Imagem: reprodução)
De acordo com a professora, um segurança ficou a seguindo dentro do supermercado, o que a fez promover o "ato" de protesto no momento. (Imagem: reprodução)

A professora Isabel Oliveira ficou entre os assuntos mais comentados da internet neste final de semana após protagonizar uma cena em que tira a roupa em supermercado em Curitiba. Isso por que ela relatou que, ao entrar no local, uma unidade do Atacadão da capital paranaense, ficou sendo seguida pelo segurança a todo momento.

Isabel chegou a sair sem fazer as compras, mas retornou com o marido, tirou as roupas, ficando apenas de calcinha e sutiã, como forma de protesto e filmou. No vídeo ela diz que se trata de um “ato” de protesto, pois foi vítima de racismo. Confira abaixo.

https://twitter.com/LulaMarques/status/1645075252148330496

Em outro vídeo publicado em seu perfil no Instagram, a mulher bastante entristecida, Isabel disse que estava apenas tentando fazer compras para a família. “Fui tratada como se eu fosse um marginal, fui sendo seguida por um segurança por mais de meia hora dentro do Atacadão. Isso não pode ser normal, eu perguntei para ele se eu estava oferecendo algum risco. Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça”, disse.

Isabel garantiu que também ligou na Delegacia, mas como resposta as autoridades disseram que “o segurança andar pelo mercado” não se configura como racismo. “Eu tive que fazer um escândalo dentro do mercado, gritando e pedindo para ser tratada com dignidade. E, aí agora eu tenho que provar que estou sendo perseguida,” afirmou a professora.

Em nota sobre o fato, o Supermercado Atacadão, respondeu que não identificou indícios de abordagem indevida. Veja na íntegra.

“A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida. Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes.”

Apesar disso, a discussão recebeu a devida atenção de internautas, principalmente pessoas pretas, por se identificarem com a situação de Isabel. Só quem está neste local de fala pode saber o quão difícil é passar por um episódio como esse e não ter forma de se defender. É lamentável que pessoas negras passem pela situação. Confira postagens de apoio à professora.


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