07 de agosto de 2024
Mundo

Mulher é resgatada de trabalho análogo à escravidão em Portugal; 16 horas por dia e R$ 275 por mês

Menos de dez dias atrás, a Polícia Judiciária do país luso também realizou uma das maiores operações da história envolvendo tráfico de seres humanos e associação criminosa
Casal que contratou moçambicana afirmou que mulher poderia dar uma vida melhor à família, mas não foi o que aconteceu. (Foto: reprodução/cidade de Espinho onde ocorreu o fato)
Casal que contratou moçambicana afirmou que mulher poderia dar uma vida melhor à família, mas não foi o que aconteceu. (Foto: reprodução/cidade de Espinho onde ocorreu o fato)

Uma mulher moçambicana de 29 anos foi resgatada de um trabalho análogo à escravidão em Espinho, região norte de Portugal. Ela, que trabalhava 16 horas por dia, nunca tinha direito a folgas e recebia 50 euros por mês (cerca de R$ 275), só podia fazer uma refeição diária e tinha até as idas ao banheiro de forma limitada.

Mãe de dois filhos pequenos, a mulher resgatada pela polícia contou que foi trazida para Espinho, cidade que pertence ao distrito de Aveiro, em Portugal, por um casal que lhe prometeu um trabalho com tempo de sobra para estudo e pagamento que daria uma vida melhor à sua família. Ao contrário do que foi prometido à vítima, sua vida acabou se tornando um terror.

Não há muitos detalhes sobre a mulher e sua situação após o resgate, porém fato não é isolado. Menos de dez dias atrás a Polícia Judiciária de Portugal afirmou que pretende deter 40 pessoas por tráfico de seres humanos e associação criminosa em uma das maiores operações da história do país. De acordo com informações, ação envolveu 400 inspetores e cerca de 60 buscas.

De acordo com a CNN de Portugal, as vítimas envolvidas são de origem estrangeira e eram exploradas, vivendo em condições sub-humanas e trabalhando sem fonte de rendimentos em campos agrícolas da região do Alentejo e do centro do país luso. Ainda de acordo com o portal, a rede criminosa contava com uma pessoa que criava empresas fantasmas e falsificação de documentos.

Por fim, informações dão conta de que as vítimas eram atraídas com a promessa de uma vida melhor, como foi com a moçambicana, mas acabavam caindo em uma armadilha após chegar a Portugal, sendo confrontados com dívidas de milhares de euros por conta das viagens e alojamentos. Além disso, com as vítimas residindo ilegalmente no país, acabavam por ser obrigadas a fazer trabalhos pesados e de longos períodos sem uma recompensa justa.


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