O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pretende reunir 5.000 pessoas em Brasília para acompanhar o ato de entrega do registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), o que deve ocorrer na quarta-feira (15) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Neste sábado (11), segundo a entidade, o mesmo número de militantes iniciou uma caminhada que partiu de três pontos no entorno de Brasília em três colunas com 1.500 sem-terra cada uma, que percorrerão de 50 km a 60 km até chegar à capital federal no dia 14.
Lula foi condenado sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro, de Curitiba (PR), em caso derivado da Operação Lava Jato, e está preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal do Paraná. A condenação foi confirmada pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, de Porto Alegre (RS).
Segundo especialistas em direito eleitoral, Lula está inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. O TSE vai decidir sobre o futuro de sua candidatura depois que o pedido de inscrição for realizado pelo PT, no dia 15. O tribunal deverá dar uma decisão antes do dia 15 de setembro.
Marina dos Santos, da direção nacional do MST, disse que a marcha tem três objetivos: a soltura de Lula, trazer para o debate nacional “as preocupações da classe trabalhadora” e fazer com que a população do entorno de Brasília faça “uma discussão sobre um projeto popular para o país”.
Ao longo da caminhada, o MST vai realizar atos públicos. “Só acreditaremos em democracia neste país se Lula puder participar das eleições”, disse Marina.
Em outra frente que busca fazer pressão sobre o Judiciário, sete militantes entraram em seu 12º dia de greve de fome em Brasília. Eles estão se alimentando apenas de soro e água, mas são acompanhados por médico e psicólogo, segundo a direção nacional do MST.
Os manifestantes são Vilmar Pacífico, Zonália Santos e Jaime Amorim, do MST, Rafaela Alves e frei Sérgio Görgen, do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), Luiz Gonzaga, o Gegê, da CMP (Central dos Movimentos Populares), e Leonardo Armando, do Levante Popular da Juventude. Segundo Marina dos Santos, os grevistas estão tendo tonturas e dores no corpo e já enfrentam problemas para se levantar e caminhar.
Na terça-feira (7), os manifestantes protocolaram no STF (Supremo Tribunal Federal) pedidos de audiência com os ministros. Segundo o MST, “o STF é o lugar onde a liberdade do ex-presidente Lula pode ser debatida e deliberada imediatamente”, caso o tribunal coloque em julgamento duas ações declaratórias de constitucionalidade que debatem a possibilidade de prisão depois de decisão em segunda instância. (Folhapress)
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