Uma operação deflagrada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) na manhã desta quinta-feira (5) mira um grupo suspeito de produzir e divulgar pesquisas eleitorais fraudulentas durante as eleições municipais de 2020 em Goiás.
Segundo o MPE, uma empresa com o nome Ipop-Cidades & Negócios produziu e divulgou 349 pesquisas suspeitas em 191 dos 246 municípios goianos. Tudo isso em apenas nove meses, desde a sua criação, em fevereiro deste ano. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi o maior número de pesquisas realizadas no pleito deste ano em todo o país.
O MPE cumpriu quatro mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Eleitoral nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, na sede da empresa, e nas residências do proprietário e da estatística da companhia suspeita.
De acordo com os investigadores, o dono dessa empresa já havia atuado de forma semelhante nas eleições municipais de 2016, em municípios do estado de São Paulo, com outra companhia criada por ele. O suspeito pesponde a dezenas de processos cíveis e criminais na Justiça Eleitoral paulista, já tendo sido condenado em vários deles. Com a descoberta de sua atuação em São Paulo, migrou para Goiás neste ano, onde criou a Ipop.
Várias zonas eleitorais do estado viram ações pedindo suspensão da divulgação de pesquisa multiplicarem-se neste ano. Vários dos pedidos foram acatados pela Justiça.
As fraudes, conforme o MPE, consistem em produzir pesquisas que não refletem a realidade das intenções de voto dos eleitores, com desobediência dos requisitos exigidos na legislação eleitoral, em bairros inexistentes e com oferta criminosa de manipulação de dados em favor de candidatos.
A operação é coordenada pelos promotores de Alvorada do Norte Eusélio Tonhá dos Santos e Douglas Chegury, e conduzida também pelos promotores eleitorais Asdear Salinas (Iaciara), Guilherme Vicente de Oliveira (Pontalina) e Lucas César Costa Ferreira (Silvânia), e conta com o apoio do Centro de Inteligência do MPGO e da Polícia Civil.
Os investigados, bem como todos os demais envolvidos, estão sujeitos a responder pelo crime de pesquisa eleitoral fraudulenta, cuja pena de prisão é de seis meses a um ano, além de serem responsabilizados pela fraude eleitoral. As investigações terão prosseguimento para identificar e responsabilizar outros envolvidos nas fraudes.
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